Nesta quarta-feira dia 30 de setembro, o último dia do mês, deixou o ano de 2020, ainda mais triste do que ele já está, pois o grande cartunista, pensador, historiador e criador de histórias em quadrinhos, o mestre Joaquín Salvador Lavada Tejón, mais conhecido por todos como Quino, faleceu devido a sua idade e também seus problemas de saúde, mas isso não será o fim de Quino.
Seu primeiro trabalho foi um anúncio de uma loja de seda, mas sua vida nunca foi de glórias, pois quem o vê atualmente como o mestre da literatura e das artes pela América do Sul, não imagina que ele já passou por condições precárias, afinal viver de cultura é batalhar até o fim, para ter sua obra eternizada e vista por milhares de pessoas, mas isso nunca o desanimou, pois mesmo nas piores condições, sua garra e força era fazer arte.
A primeira página publicada, foi na revista de humor Isto é, que logo se seguiram outras editoras: Leoplán, TV Guía, Vea y Lea, Damas y Damitas, Usted, Panorama, Adán, Atlântida, Che, o diário Democracia, entre outros. Então Quino, começou a publicar regularmente em outras mídias como no Rico Tipo e no Tia Vicenta e Dr. Merengue, logo depois começou a tirar fotos de publicidade, logo depois começou a tirar fotos para publicidade. Além de publicar seu primeiro livro “Mundo Quino” no ano de 1963.
A partir daí começaram surgir muitas oportunidades para fazer produzir algumas páginas de uma campanha de publicidade encomendada por Mansfield, uma empresa de eletrodomésticos. Todavia essa campanha não chegou a ser realizada pelo que a primeira história de Mafalda foi publicada no Leoplán, e pouco depois passou a ser publicado regularmente no semanário Front Page já que o editor do semanário era um amigo de Quino.
Na década dos anos 60, o autor publicou O Mundo e logo depois suas primeiras coleções de livros, que em seguida já começaram a ser lançado fora da Argentina, como na Itália, Espanha (onde a censura forçou-o a rotulá-la como “conteúdo para adultos”), Portugal e outros países.
Mas foi na cidade de Buenos Aires que o artista se imortalizou com sua obra mais famosa, que são as tirinhas cômica da Mafalda, publicada entre os anos de 1964 e 1973, que eram editadas em toras nos jornais, em que Mafalda questionava todos os problemas políticos, de gênero, e até científicos que afligiam sua alma infantil e, ao mesmo tempo, refletia o conflito que as pessoas da época enfrentavam, sobretudo com a progressiva mudança dos costumes e a já incipiente introdução da tecnologia no cotidiano, além de odiar sopa, isso é o fim do mundo para essa garotinha de seus 7/8 anos, que se se comporta como uma menina na sua idade, todavia tem uma visão aguda da vida e vive questiona o mundo à sua volta.
Quino foi convidado para desenhar o pôster da Mafalda falando sobre os Direitos Universais da Criança. Os personagens também fizeram parte da cartilha com todos os direitos de proteção a criança. Logo a pequena e sua turma se tornaram embaixadores da ONU. Por isso o Museu de Desenho e Ilustração com curadoria de Mercedes Casagrande, teve uma iniciativa na cidade Buenos Aires de imortalizar o autor, realizando dois murais da sua personagem principal personagem, Mafalda, na estação Peru, ou seja na histórica Plaza de Mayo, assegurando o conhecimento de seu trabalho para as futuras gerações.
Além de montar a exposição em 2009, “Bicentenário: 200 Anos de Humor Gráfico”, realizado para o jornal El Mundo, com uma peça original de Mafalda, que o Museu de Desenho e Ilustração, realizou com curadoria de Eduardo Sivori Museu, em Buenos Aires, homenageando os mais importantes criadores de Humor Gráfico na Argentina através de sua história.
Quino sempre será lembrado não só como o pai da Malfada, mas também como um grande influenciador das artes e da literatura, pela América do Sul, pois junto com Mauricio de Sousa e Ziraldo, ele mostrou ao mundo através de seus principais personagens, que devemos crescer com sabedoria, mas sem perder a ternura de uma criança, mesmo com todas as birras e surtos, o que importa é o que temos por dentro, no coração de que cada ser humano, isso nos define o que somos de verdade.
Obrigada por tudo, Quino!
Fonte: O Barquinho Cultural