Uma das maiores aposta do estúdios da Disney, teve que estrear no streaming a Disney+, por conta da pandemia do coronavírus. Mulan, até então seria um remake da animação lançada em 1998, mostrou muito além, mas sem tantas expectativas quão esperadas, deixando rasas algumas situações da trama e do enredo, e em contrapartida, trouxe poesia e leveza no balé das lutas e conflitos predestinado na trajetória da produção.
O filme traz em precisão a trajetória e jornada da jovem guerreira Hua Mulan, uma lenda chinesa já interpretada por diferentes meios, como poemas, músicas e até peças de teatro chinesas desde o século VI, fazendo com que o espectador tire de foco a animação, surpreendendo pela narrativa da trama e de alguns detalhes, mas transgredindo em outros, deixando o público um pouco confuso em algumas situações da história.
O longa começa com a pequena Mulan fazendo seu treinamento, sempre sozinha e focada, ela mostra ter muita habilidade e agilidade nas artes marciais, por isso, era um pouco renegada em sua comunidade, por ser diferente das demais garotas, criadas exclusivamente para servir e que sua única honra seria com um bom casamento. Porém, para Mulan essa ideia não era correta, já que sua ânsia em lutar e conquistar seus desejos eram maiores e mais obstinado.
No dia em que o exército imperial apareceu em sua aldeia, recrutando todos os homens (filhos mais velhos) de cada família, ela ficou muito chateada por seu pai, um ex combatente de guerra, se prontificou, mesmo com seus problemas e impedimentos, então, na noite anterior dele partir, Mulan fez questão de usar toda armadura e arma de seu pai, e partir para o combate, deixando-os todos preocupados e angustiados com sua decisão.
No entanto, ela não podia se apresentar como uma garota, então, ela resolveu assumir o papel do jovem Huan Jun, que tem de conviver no meio dos homens, sem que ninguém perceba que ela é uma garota, e durante sua estada no acampamento com os soldados, diversas situações divertidas, emocionantes e algumas até constrangedoras ganham a cena, até que Hua Jun precisa morrer para que Mulan renasça como uma fênix se ressurge das cinzas, trazendo lealdade, coragem e verdade, temas bastante relevante e expressivo em quase todo o filme, após uma discussão com a a vilã Xian Lang (Gong Li), que frisa quão ela mentia sobre sua verdadeira identidade e também, por bravura e anseio de que a China deveria ser salva por uma mulher, voltando renovado e inspirada em mostrar uma garra e determinação diante ao exército chinês.
Em suma, Mulan traz mais do que remake da animação, mas uma trama madura e mais poética, com ensaios coordenado e envolventes, mostrando que uma mulher não precisa de um bom casamento para enfrentar e decidir quem ela é ou será, e que o amor verdadeiro, não é o príncipe que enfrenta exércitos e dragões para conquistar à todos, mas sim, de que a essência de luta e conquista está em nós, basta explorarmos nosso verdadeiro âmago e desaflorar, para resurgir como realmente somos por dentro, mostrando realmente toda bravura, lealdade e verdade.
Lúcio Amaral é jornalista e advogado pós-graduado em Direito e Processo Trabalhista. Certificado de Estudos Aprofundados em Psicanálise. Ganhador do II Prêmio de Rádio e Jornalismo em Saúde e Segurança do Trabalho, promovido pelo MPT em 2008.