Indiferenças, lutas e objetivos marcam a última temporada de 3%

O Maralto, a Concha e o Continente estavam em pleno conflito, de poder, status e ganância, onde apenas deixando tudo isso de lado e colocasse o diálogo frente de tudo, poderia resolver e eliminar os males que viriam a seguir, porém, o ser humano é falho, cheio de erros e lutas que guardam dentro de si mesmo.

A quarta temporada de 3% chega ao final, mostrando as nuances de um sistema que visa apenas uma porcentagem, em que coloca a guerra como solução de qualquer problema, e extermina seus semelhantes apenas por não pertencerem a mesma classe hierárquica do que eles, trazendo a cena uma realidade árdua e catastrófica para a sociedade, em que a humanidade se divide para abater a si mesmos. Em uma luta sem resoluções, apenas visando o ódio, os privilégios e as circunstâncias esféricas de uma parte da comunidade, que se julga maiorais e esquecem que a igualdade e equidade é um direito de todos, mesmo que julgam ao contrário.

Neste ano de 3%, algo é apresentado, batalhas árduas e sangrentas são estipuladas, divisões são extintas, para que apenas uma voz seja relevante, enquanto os outros abaixam as cabeças e obedecem superiores brutais e violentos, que passam por cima de qualquer indivíduo para ter suas decisões no topo social.

Em suma, a trama de criada e desenvolvida por Pedro Aguilera trouxe uma realidade dura e feroz de um mundo que está gritando lá fora, enquanto as pessoas se duelam entre si, em busca de poder e interesses, não visando as dificuldades que cada um tem como ser humano, mas apenas enaltecendo os benefícios ofertados por uma elite que não se importa com ninguém, tampouco com eles mesmos, apenas aspiram suas posições e seus direitos, mas esquecem de olhar para seu semelhante, preferindo assim, aniquilar aqueles que estão abaixo, do que apoiar e dar a mão para que todos conquistem juntos o mesmo espaço e direitos.

Talvez esse final, seja um escancaro de toda a sociedade que vivemos hoje em dia, em que poucos tem muito e muitos, não tem nada, mas vivem em uma ilusão de que quem está lá em cima, se preocupa com eles, quando na verdade, ninguém a não ser nós mesmo, somos por nós, e enquanto batermos palmas para quem nos domina, a união e a conciliação nunca será possível de atingir.

3% é uma obra de ficção científica, permeada com muito drama e suspense, em que grupos distintos da sociedade, conflitam entre em si, um para mostrar quão apenas alguns são superiores àqueles que não se encaixam no processo de seleção para agregar a uma elite e usufruir da plenitude e felicidade que acreditam ter do outro lado, enquanto o outro grupo, quer escancarar que esse merecimento não é verídico e tudo não passa de uma farsa para segregar e dividir as pessoas, transformando o desejo de luta, em vingança e desprezo aos inferiores. E nesta batalha árdua, apenas uma verdade será acertada, a de que os confrontos e diferenças só irá acabar quando as pessoas começarem a se ouvir mais e julgar menos, buscando assim, a exatidão em que todos almejam para o coletivo.

Todas as temporadas de 3% encontram-se disponíveis no catálogo de streaming da Netflix.

Fonte: O Barquinho Cultural

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