Os shoppings de Natal com serviço central de ar condicionado voltam a funcionar a partir desta terça-feira (28). As unidades comerciais podem funcionar das 12h às 20h, todos os dias da semana, com até 30% da capacidade.
Os shoppings de Natal estão fechados desde o final de março por causa da pandemia do coronavírus. Antes dessa etapa, no dia 21 de julho, as unidades sem serviço de ar condicionado e as galerias comerciais puderam reabrir as portas.
De acordo com novo decreto municipal publicado nesta segunda-feira (27), serão abertas as portas do Natal Shopping, Midway Mall e Partage Norte Shopping. No entanto, os centros comerciais terão que seguir uma série de regras biossanitárias. A principal delas é o limite 30% da capacidade. A reabertura levou em consideração os dados mais recentes sobre a Covid-19 na capital potiguar. Um dos fatores foi a redução nos números de ocupação de leitos hospitalares para doença, que chegou a 40% em Natal.
Além da limitação, os shoppings terão cumprir protocolo com 20 regras. Entre as normas, os estabelecimentos terão manter distanciamento físico mínimo de 1,5 metro entre cada cliente ou funcionários. Também terão de delimitar mesas e bancos que podem ser usados, respeitando o distanciamento, inclusive em elevadores, bem como desinfetar áreas públicas, interior e painel de elevadores, corrimãos de escadas e escadas rolantes, balcões de informação, sanitários, áreas de descarte de lixo por, no mínimo, quatro vezes ao dia.
Os clientes só poderão circular de máscaras dentro do shopping. Além disso, em diversos locais, terão de ser dispostos equipamentos para disposição de álcool em gel.
Além dos shoppings, o novo decreto permite a reabertura dos bares e dos serviços de alimentação com espaço físico superior a trezentos metros quadrados. Os estabelecimentos poderão funcionar das 11h às 23h todos os dias da semana.
Shoppings criam protocolos próprios para reabertura
Os grandes shopping centers de Natal já estão preparados para a retomada das atividades presenciais a partir desta terça-feira. Fechados há mais de três meses, os centros de compras usaram o período da pandemia para se organizar e atender diversas medidas de segurança sanitária.
O Midway Mall anunciou que vai instalar tapetes desinfetantes em todas as portas de acesso. Também serão distribuídos ao longo dos corredores dispensadores para álcool em gel.
Nos banheiros, os secadores de mãos foram substituídos por toalhas de mão.
O sistema de ar-condicionado terá pastilhas bactericidas, além de um equipamento de luz ultravioleta capaz de eliminar vírus e bactérias.
Natal Shopping contratou contratação um serviço especializado em desinfecção. A limpeza será feita a cada três horas em todo o empreendimento, principalmente nas áreas muito tocadas, como corrimãos, botões de elevadores, balcões e mesas, além dos banheiros, praças de alimentação e máquinas de autoatendimento.
Ao acessar os shoppings, lojistas, colaboradores, fornecedores e também clientes deverão ainda usar máscaras e terão suas temperaturas corporais aferidas por um termômetro digital infravermelho. Todos aqueles que registrarem mais de 37,8ºC seguirão os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e não poderão acessar o complexo de lojas.
O serviço de valet, empréstimo de carrinhos de bebê, cadeira de rodas, carregadores de celulares e bebedouros seguirão suspensos. Algumas áreas do shopping como fraldário, balcão de informações e alguns banheiros também estarão fechados.
Para garantir o acesso à informação, o Serviço de Atendimento ao Cliente será digitalizado e realizado pelo Whatsapp ou telefone fixo, garantindo informação e segurança.
O shopping segue com o serviço de entregas por drive-thru, take away, Retire Aqui e outras ferramentas de vendas online, resultado de parcerias com diferentes marketplaces, como o B2W e ZapCommerce.
A ideia é disponibilizar facilidade de compra, entrega eficaz e pagamento digital, com a confiança e eficiência que os clientes já estão acostumados.
Lojistas do Midway estimam prejuízos acima de R$ 200 milhões
Depois de movimentar no ano passado R$ 1,2 bilhão em vendas, as mais de 200 lojas do Midway Mall, o maior centro de compras do Rio Grande do Norte, reabrem nesta terça-feira com a fome de um urso após quatro meses de hibernação, mas com a alimentação racionada.
Para um negócio que vive de público e aglomerações, contentar-se com apenas 30% da circulação de antes, por força do decreto de distanciamento social, será um desafio que os lojistas nunca enfrentaram – e que não sabem como terminará, caso as regras de distanciamento continuem por muito mais tempo.
Depois de negociarem a suspensão da cobrança de alugueis, entre outras vantagens nesse período excepcional, o presidente da associação que reúne os lojistas do Midway, Denerval Jr, faz um cálculo conservador de perdas dos lojistas nesses últimos quatro meses de fechamento do shopping: R$ 200 milhões, no mínimo, até uma quantia que pode chegar a R$ 400 milhões.
“Faturamos no Black Friday e no Natal de 2019, mas em compensação perdemos o Dia das Mães, dos Pais e dos Namorados com a pandemia”, lamenta.
Sem praça de alimentação ativa, já que só funcionarão os serviços de retirada e delivery, é um mundo inteiramente novo para quem opera com alimentação no shopping, já que os custos dos lojistas terão que se adequar à queda brutal de demanda de 70%.
Denerval ainda não sabe o que isso resultou de demissões, mas é um número que a associação que ele representa deverá fechar em breve. “Ai teremos uma dimensão real do problema”, avalia.
Como shoppings são um mundo à parte no comércio, que atrai grande circulação de visitantes, a ideia de que setores não seriam atingidos ali pela pandemia, é falsa.
“Com exceção do hipermercado, que funciona como um apêndice à parte da estrutura, tudo o mais que funciona no interior do shopping, de lojas âncoras às menores e até as farmácias, cujo segmento não foi muito abalado, sofrerá com a obrigatoriedade de circulação reduzida a 30%”, diz Denerval Jr.
A situação é tão grave que até as liquidações, tão comuns entre os lojistas o ano todo, está proibida para não causar aglomeração. Nesse caso, os espaços climatizados, que tantas vantagens oferecem aos lojistas por oferecerem aos consumidores um conforto a mais, nesse caso desaparece.
Com clientes a conta gotas e abarrotados de cuidados de biossegurança, resta aos empresários iniciarem timidamente a retomada, diante da angustiante insegurança de não saber quanto tempo vai durar a agonia.
No caso das lojas de roupas, que compõem pesadamente o mix de comércio do shopping, experimentar antes de comprar está proibido com o fechamento dos provadores.
Juntando com a praça de alimentação deserta, só com clientes que se deem ao trabalho de retirar comida e matar a saudade de caminhar pelos corretores do Midway, a visão não poderia ser mais deprimente.
Fonte: Agora RN
Imagem: José Aldenir