Parque Metrópole dá início a atuação nacional

Com 55 empresas credenciadas à sua estrutura e gerando cerca de 800 empregos diretos, o Parque Tecnológico Metrópole Digital caminha a passos rápidos para atingir o objetivo de transformar a capital do Rio Grande do Norte em um polo de Tecnologia da Informação (TI) reconhecido nacionalmente. Para isso, diversas iniciativas vêm sendo desenvolvidas, desde o ano passado, para melhorar ainda mais as vantagens oferecidas aos empreendedores e também para atrair grupos empresariais de fora do estado.

Gerenciado pelo Instituto Metrópole Digital (IMD) – unidade acadêmica especializada da UFRN – o Parque Metrópole tem pouco mais de dois anos de instalação, tendo sido oficialmente criado em agosto de 2017. Sua área geográfica abrange bairros ao redor do Campus Central, num raio de 1,5 quilômetro a partir da sede do IMD. As empresas instaladas nesse entorno e associadas ao Parque têm direito a uma série de benefícios, como os serviços de TI ofertados pelo IMD, oportunidades de realização de Projetos de Pesquisa & Desenvolvimento com a Universidade e isenções fiscais.

“O nosso primeiro foco de atuação, entre o final de 2017 e ao longo de 2018, foi atrair empresas locais e tornar o Parque conhecido dentro de nossa própria cidade. Esse trabalho deve ter continuidade,
mas percebemos a necessidade de ampliá-lo para um nível regional e nacional”, conta o diretor do Parque, Rodrigo Romão. Uma das razões para isso, segundo ele, foi a própria dinâmica acelerada que envolve o setor empresarial de tecnologia, que acaba exigindo um trabalho que tenha em vista horizontes mais amplos.

Grupos empresariais

Público de empresários que assistiram a apresentação do Parque Metrópole em São Paulo

Foi assim que, no primeiro semestre do ano passado, o Parque partiu para a prospecção de empresas de médio porte situadas na região Nordeste e, na segunda metade de 2019, voltou-se para grandes grupos empresariais, situados principalmente na cidade de São Paulo. O ponto alto dessa atividade foi a realização, em parceria com o Sebrae, do evento “Rio Grande do Norte Além do Sol e do Mar: Traga sua Empresa para Cá”, ocorrido no espaço Inovabra Habitat, centro de inovação do banco Bradesco, situado próximo à Avenida Paulista e sede de dezenas de empresas.

Ocorrido em dezembro passado, o evento se constituiu em uma apresentação no Inovabra Habitat e um roadshow de divulgação do ecossistema potiguar de tecnologia, com a participação do diretor geral do IMD, professor Ivonildo Rêgo, e da equipe do Parque, que realizou visitas a mais de 20 empresas. Entre elas esteve a Andrade Gutierrez, multinacional brasileira de negócios diversificados – que possui uma aceleradora de startups – e a Claro/Embratel, corporação de telefonia móvel, soluções digitais e serviços de TI, com mais de 30 anos no mercado e cerca de 8 mil colaboradores na América Latina, Europa e Estados Unidos.

Como resultado da missão em São Paulo e de outros trabalhos de prospecção, dois grupos já manifestaram a intenção de instalar uma de suas empresas ou filial no Parque Metrópole em 2020. Um deles é o Talktelecom, multinacional brasileira que pretende trazer a Natal a BRbots, voltada para áreas como algoritmos de Deep Learning,  Machine Learning, Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IOT), que tem o objetivo de se dedicar a negócios no campo da Indústria 4.0. A decisão foi tomada pelo CEO Alexandre Dias e o Parque já recebeu a visita, em janeiro, de outro membro da empresa, o CTO Ewerton Paulino.

A Talktelecom atua primordialmente na área de soluções em telecomunicação, empregando recursos baseados principalmente em Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquinas. Seus produtos e serviços são dirigidos para empresas de call center, e-commerce, televendas, Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e cobrança e recuperação de crédito, dentre outras. Com mais de 20 anos no mercado, está presente, além do Brasil, nos Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Colômbia. Entre seus maiores clientes, estão a Nextel, Porto Seguro Seguros, Casas Pernambucanas, Hoepers S.A, WinfNet, Lojas Marabraz, S5 Contact Center e Grupo Cercred.

Outra empresa cuja vinda para o Parque Metrópole está prevista para 2020 é a Laniaq Soluções em Computação, sediada em Salvador (BA) e que atua principalmente na área de supercomputação e Inteligência Artificial, oferecendo soluções e serviços variados, como gerenciamento remoto para supercomputação, consultoria de negócios envolvendo tecnologias de alto desempenho e otimização de códigos para pesquisa e inovação.

Ampliação

Visando proporcionar melhores condições para essas e outras empresas de grande porte se instalarem em Natal, a equipe do Parque Metrópole elaborou um projeto para a ampliação de sua área de abrangência, cujo raio deverá passar de 1,5 quilômetro para 2 quilômetros. Tal proposta já foi aprovada por meio de decreto municipal, faltando apenas a realização de outros trâmites burocráticos para a regulamenação e definição do novo mapa do Parque. “Isso vai ser importante porque, com a expansão, nossa área urbana vai incluir prédios de centros empresariais que já existem.

Ewerton Paulino (à esquerda), CTO da Talktelecom, em visita ao Parque

É uma medida que vai facilitar a vinda de empresas, já que elas não vão precisar construir ou adaptar um imóvel, pois já vão ter uma infraestrutura adequada à disposição”, explica Rodrigo Romão.

Além da ampliação, o projeto também contém a proposta de criação de “polos satélites”- que dependerá de avaliação do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia (Comcit). Esses polos vão permitir a inclusão de empreendimentos como áreas de coworking, desde que reúnam empresas de base tecnológica, mesmo que não estejam dentro da área geográfica do Parque. “Nós fizemos um levantamento e já sabemos que, só com a expansão do raio que delimita o Parque, teremos 20 empresas de TI que poderão ser incluídas em sua estrutura. Assim, apenas com essa medida, já poderemos ultrapassar o número de 70 credenciadas”, comemora o diretor.

Para ele, a medida também é relevante porque, ao incluir outras empresas ao Parque, vai proporcionar uma integração mais efetiva o setor de TI local, criando melhores condições de parcerias e aprendizados conjuntos. “São várias as empresas que surgiram aqui, na incubadora, se beneficiaram de nosso ecossistema e que hoje já atuam no mercado nacional ou internacional com sucesso”, explica Romão.

Internacional

Ao falar de metas para o ano de 2020, o diretor do Parque Metrópole diz que uma das ações previstas é justamente a de incentivar as empresas do Parque e da Inova Metrópole a terem uma visão não apenas nacional, mas também internacional dos seus negócios. Isso deve ser posto em prática a partir do desenvolvimento de um novo projeto operacional criado dentro da estrutura do Parque nos últimos meses de 2019, o Mais Internacionalização.

O projeto vai se estruturar por meio do Plano de Internacionalização, que prevê três vertentes de ações. Uma delas é contribuir para abrir o mercado internacional para as empresas do ecossistema potiguar de tecnologia. Para isso, a ideia é fazer consultorias para as startups que se interessem pela ação, além de incentivar e dar condições aos seus representantes de participarem de eventos no exterior e fazerem intercâmbios entre empresas.

Proposta de novo mapa para o Parque, pendente de aprovação pelo Comcit

A segunda vertente é de cunho institucional e se traduzirá na realização de missões no exterior, participação em eventos nacionais e internacionais e no convite e recepção de empresas de fora que queiram conhecer o Parque. Por fim, ainda se pretende criar cooperações entre parques tecnológicos, de modo a oferecer oportunidades para as empresas desses parques no Rio Grande do Norte, além deles fazerem o mesmo em seus países por empresas potiguares.

Os instrumentos iniciais para que tais ações sejam feitas serão, além da criação do próprio Plano de Internacionalização, a formulação de um programa de Soft Land (parceria para cooperação entre parques tecnológicos) e o lançamento de um futuro edital para a seleção das empresas interessadas em participar desse processo.

Rodrigo Romão, diretor do Parque Metrópole, aponta que meta é chegar a 75 empresas em 2020

Algumas ações realizadas no em 2019 já funcionaram como uma espécie de preparação para o projeto de internacionalização. Uma delas foi a participação da gerente executiva da Inova Metrópole, Iris Pimenta, e de representantes de algumas startups ligadas à incubadora, em uma missão técnica ao Vale do Silício, promovida pelo Sebrae. E o ex-diretor do Parque, Anderson Cruz, realizou uma visita à China, integrando uma missão do Governo do Estado, na qual fez contato direto com vários empresários e conheceu parques tecnológicos no sul do país asiático.

Metas

Além de estruturar e dar início ao projeto de internacionalização, Rodrigo Romão cita como meta a participação em eventos nacionais e internacionais, visando a divulgação do ecossistema de TI local e a troca de experiências com outras empresas e organizações similares ao Parque e à incubadora. “Temos em mente, por exemplo, o encontro da Associação Internacional de Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação (Iasp), que neste ano vai acontecer em Sevilha, na Espanha”, destaca. A participação em encontros do tipo é fundamental, explica ele, para o desenvolvimento do Parque.

O crescimento do número de empreendimentos credenciados também é, assim como nos anos anteriores, um dos objetivos do Parque Metrópole em 2020. “Queremos chegar ao número de 75 empresas, continuar provocando o nosso funil de prospecção, em especial para empresas externas”, afirma. “A nossa ideia é que, daqui a algum tempo, quando se falar em Natal, se pense em tecnologia e, consequentemente, em Parque Tecnológico, e isso só se consegue com um trabalho de expansão”, defende Romão.

Fonte: Ascom/UFRN

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