Uma escala de avaliação de lesões do nervo facial, que possibilita avaliar mais parâmetros e assim escolher melhor o tratamento, é a mais nova descoberta científica oriunda de estudo desenvolvido em um programa de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O nervo facial é um dos nervos cranianos presentes no corpo humano e é responsável, por exemplo, pela mímica facial e parte da sensação gustativa da língua. Um dos cientistas envolvidos no estudo, Lucídio Clebeson de Oliveira, explicou que, em virtude disso, uma lesão neste nervo pode levar a perda do paladar, paralisia facial e diminuição do piscamento ocular.
“A escala pode ser utilizada para uma avaliação mais completa de lesões do nervo facial. Para isso, a invenção refere-se a de lesão do nervo facial, constituída por itens que avaliam: a abertura ocular espontânea, reflexo das vibrissas ao toque e levantamento da pálpebra superior, sendo de extrema importância para uma avaliação mais fidedigna e completa. Com mais parâmetros, é possível escolher melhor o tratamento”, explicou o professor da UERN.
Ele pontuou também que atualmente há duas escalas consolidadas na literatura: escala de observação do fechamento ocular e reflexo de piscamento e avaliação do reflexo das vibrissas ao toque. A nova escala avalia a manutenção da força do músculo palpebral, através do levantamento da pálpebra superior com a utilização de uma pinça, onde avalia-se a resistência exercida para realizar o fechamento ocular, avaliação que leva em consideração itens como abertura ocular espontânea, reflexo das vibrissas ao toque e levantamento da pálpebra superior. A classificação compreende quatro parâmetros, desde “resistência ausente” até “resistência normal”.
O estudo é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia e rendeu um depósito de pedido de patente, denominado “Escala para avaliação de lesão do nervo facial”. O registro de propriedade intelectual foi realizado pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) em cotitularidade com a UFRN, tendo como autores, além de Lucídio, os pesquisadores Jeferson Cavalcante, Fausto Guzen, José Rodolfo Lopes de Paiva Cavalcanti, Rodrigo Dias Alves, Eligleidson José Vidal de Oliveira, Eudes Euler de Souza Lucena e João Paulo Costa Fernandes. O projeto foi desenvolvido pelo doutorando do UERN no Laboratório de Neurologia Experimental-LabNeuro da Faculdade de Ciências da Saúde (FACS/UERN).
A UFRN mantém atualmente um portfólio com mais de 250 pedidos de patentes, dos quais 22 já foram concedidos. Este último número, inclusive, garante à Universidade a liderança nas regiões Norte e Nordeste em termos de instituições de ensino. Para o diretor da Agência de Inovação (AGIR) da UFRN, Daniel de Lima Pontes, é relevante que os pesquisadores e alunos tenham a sua disposição instrumentos para garantir a propriedade intelectual do conhecimento produzido e, neste aspecto, uma das opções são as patentes.
Dentro da Universidade, a AGIR é a unidade responsável pela avaliação dos requisitos de patenteabilidade, tais quais a novidade, capacidade inventiva, aplicação industrial e suficiência descritiva. Embora pontue que é importante que os pesquisadores saibam reconhecer as características de um invento patenteável, Daniel Pontes frisou que a Agência de Inovação propicia esse suporte aos cientistas, bem como trabalha também na transferência dessa tecnologia, pois “a ideia é levar ao setor produtivo e à sociedade, o conhecimento que desenvolvemos na academia”. Não obstante o período de pandemia, as demandas dentro da Agência de Inovação continuam sendo recebidas pela equipe através do e-mail patente@agir.ufrn.br.
Fonte: Agecom/UFRN