Barreira contra a corrosão

Sabe-se que a corrosão é um fenômeno natural que causa a deterioração de materiais metálicos e, dessa forma, torna-os inadequados para suas finalidades de aplicação. Especificamente a corrosão metálica é responsável por grande parte de gastos econômicos e acidentes ambientais e pessoais em setores industriais, da construção civil e tecnológicos, devido à manutenção ou substituição de estruturas deterioradas pelos processos corrosivos. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) então desenvolveram uma nova tecnologia que atua como revestimento protetor contra corrosão.

Denominado “Revestimento Compósito de Quitosana-Tungstênio Obtido por Deposição Eletroforética”, a originalidade do estudo rendeu um depósito de pedido de patente, cujos autores são José Anderson Machado Oliveira, Alcides de Oliveira Wanderley Neto e Renato Alexandre Costa de Santana, este último docente da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), co-titular junto com a UFRN. O revestimento também tem potencial aplicação na área biomédica, para revestir materiais metálicos utilizados como implantes ortopédicos, e na área de catálise.

“Tecnicamente, é revestimento compósito, formado de uma matriz de quitosana e impregnado com tungstênio, obtido por uma técnica de deposição eletroquímica. Na prática, basicamente você vai imergir o material que você quer revestir dentro da solução eletrolítica, vai aplicar um potencial elétrico e o material vai revestir a superfície metálica, formando um filme. A ideia permite o revestimento de qualquer material condutor que esteja imerso na solução, como uma chapa metálica, dependendo da estrutura que você quer revestir”, explicou José Anderson Machado Oliveira, cujo doutorado no Programa de Pós-Graduação em Química rendeu a nova tecnologia e um artigo. Em vídeo, disponibilizado aqui, o cientista deu alguns detalhes adicionais.

Imagens de microscopia eletrônica (MEV) e os respectivos mapas de EDS para o tungstênio (imagens em vermelho) para cada revestimento, demonstrando a distribuição do tungstênio na matriz de quitosana.

Após o procedimento descrito por Anderson, o material vai atuar como uma barreira protetora entre o meio corrosivo e a superfície protegida, impedindo assim o ‘ataque’ de íons corrosivos. Desta forma, em meio corrosivo marinho, industrial e fisiológico, uma superfície metálica revestida, por exemplo, teria sua corrosão inibida. É bem verdade que a utilização de inibidores de corrosão na proteção de materiais metálicos expostos a ambientes agressivos é uma prática comum em diversos setores industriais. Contudo, o grupo de cientistas ressalta que a principal inovação do revestimento de quitosana-tungstênio, refere-se à utilização do tungstênio devido às suas propriedades mecânicas e de resistência à corrosão e da quitosana devido à sua capacidade de formação de filme. Com a técnica da deposição eletroquímica, há uma diminuição considerável do custo operacional.

Com o depósito, a tecnologia passa a integrar o portfólio de ofertas tecnológicas da UFRN, disponível para acesso em www.agir.ufrn.br. Na UFRN, a Agência de Inovação é a responsável pela gestão dos processos relativos aos pedidos de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Intelectual(INPI). Mesmo durante a pandemia, com a ausência do atendimento presencial, as orientações e explicações estão sendo realizadas através do e-mail patente@agir.ufrn.br. Ainda no site da Agir há um checklist denominado ‘auxílio ao pesquisador’, com documentos que oferecem subsídio em relação ao passo a passo para aspectos como redação de patentes e busca de anterioridade.

Doutorado de José Anderson, no Programa de Pós-Graduação em Química, rendeu como fruto a nova tecnologia e um artigo já publicado.

Fonte: Agir/UFRN

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