Maior estudo já feito com hidroxicloroquina mostra que a droga não traz benefício no tratamento da Covid-19

O maior estudo já realizado até o momento com a hidroxicloroquina mostrou que não há qualquer benefício do uso dela no tratamento da Covid-19. A droga não evitou que pacientes fossem parar no respirador nem reduziu a taxa de mortalidade. O estudo passou por revisão por pares e foi publicado na New England Journal of Medicine (NEJM), uma das mais conceituadas revistas de pesquisa médica do mundo.

A revista lembra que a suposição de que cloroquina e hidroxicloroquina, com ou sem combinação com azitromicina, teriam ação terapêutica contra a Covid-19 é baseada, principalmente, em relatos de médicos e, até agora, não teve comprovação por qualquer estudo capaz de sobreviver à revisão por pares.

Ainda assim, essas drogas tiveram a suposta ação anti-Covid-19 defendida publicamente pelos presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e dos EUA, Donald Trump. Essas drogas não são uma panaceia contra o coronavírus, alertou a NEJM.

O novo estudo foi realizado com 1.376 pacientes com Covid-19 atendidos pelo Hospital Presbiteriano, da Universidade de Columbia, em Nova York. A pesquisa foi observacional, isto é, os cientistas não realizaram experimentos específicos com a droga e sim avaliaram o resultado do tratamento com elas administrado por médicos do hospital.

Dos 1.376 pacientes, 60% receberam hidroxicloroquina por cinco dias. O chefe do estudo, Neil Schluger, do Departamento de Pneumologia e Alergias de Columbia, afirmou que os pacientes que receberam hidroxicloroquina não apresentaram qualquer vantagem em relação aos pacientes que não tomaram a droga. “Não pensamos que seja razoável dar essa droga aos pacientes. Não há qualquer razão para fazer isso”,  disse Schluger.

Fonte: O Globo

Imagem: iStock

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