Um grupo de pesquisadores de diferentes instituições enviou nesta quarta-feira, 29, carta a todos os governadores do Brasil com alerta sobre a gravidade da crise da Covid-19. O documento, assinado por dezoito cientistas, expressa a preocupação da comunidade científica com a pandemia no país.
A carta foi redigida após a realização da conferência Covid-19 – Modeling Infection Dynamics, workshop internacional realizado pelo Instituto Internacional de Física (IIF) da UFRN, sob coordenação do professor Álvaro Ferraz, nos dias 15 e 16 de abri. Além dos cientistas brasileiros, pesquisadores da China, Israel e Espanha, também participaram do evento realizado virtualmente.
De acordo com o Professor Américo Tristão Bernardes, da Universidade Federal de Outro Preto (UFOP) e um dos diretores do evento, a carta traz dados de experiências já feitas no exterior e por tanto apresenta sinais claros da comunidade científica de que se o isolamento social não for feito podemos ter uma catástrofe no Brasil.
“O principal ponto dessa carta é retratar quais foram as medidas tomadas em outros países, cujo estágio de avanço da doença era maior que o Brasil, como foi na China, onde houve a primeira detecção do COVID-19, assim como em países como a Espanha, que não tiveram a atenção no começo e se tornou uma tragédia social, e o caso de Israel, onde houve medidas da área científica e do governo para fazer uma testagem muito agressiva, de forma que você pudesse tratar as pessoas e para deter os avanços da doença. O primeiro elemento é chamar a tenção para isso e para o fato de que muitos grupos de pesquisa estão analisando os dados que ainda são precários”, afirmou o pesquisador.
As experiências trazidas de outros países e os estudos realizados pelos cientistas brasileiros apontam também para algumas outras ações que apresentaram resultados positivos ao redor do mundo, como a melhoria ao acesso de números confiáveis sobre os casos no país e o recrutamento de novos profissionais de saúde. Medidas buscam evitar que o Brasil se torne o próximo epicentro do cornavírus no mundo.
A carta está disponível no site do IIF-UFRN
Imagem: Reprodução
Fonte: Ascom/UFRN