Escritos da Alma

Filosofando num clima nebuloso – Fotos: #fláviorezende

O Covid nos convidou ao recolhimento recomendado. Se para uns é uma tragédia, para alguns é um pit stop até produtivo.

Não sejamos hipócritas, os ônus e os bônus de uma situação caótica são diferentes para todos, isso é histórico, não me venham com considerações infantis ou sermões religiosos.

Na guerra tem gente que morre, como tem quem fique milionário.

Aposentado como funcionário público, com provento até hoje garantido, podia ficar calado, só observando, mas inquieto como sempre fui, opino, me meto, mexo e remexo, colhendo elogios dos que comigo concordam, e os blocks, ódio e objeções em níveis variados, dos que comigo, divergem.

Com o vírus solto na buraqueira, qualquer posição pública é alvo de apupos ou sopapos, normal, até acusado de assistidor de Netflix, recebedor de salário certo e tirador de fotos fui, como se qualquer posição dessa, fosse um crime nessa situação.

Pois bem, faço esse preâmbulo meio amalucado, para dizer que meio recolhido, assisti mais que o normal, de filmes já produzidos.

E como o pão me é garantido, pela situação que me encontro, luxo pensando, filosofando, pelas coisas que assisto.

Me perdoem se isso soa errante, mas como disse sou navegante e, abominando hipocrisia, não me calo em covarde caverna, antes pelo contrário, revelo, exponho, falo no meio da pandemia.

Andei pensando sobre socialismo, e desandei a ver coisas de Fidel, Cuba, Stalin, Mao, Chaves etc e tal.

Fácil se portar, querer ser, pintar e bordar, pousar, sair bem na foto do bom modismo e mocismo esquerdista.

A realidade, porém, mostra uma faceta nem sempre bem-feita.

Filosofando num clima nebuloso – Fotos: #fláviorezende

Um documentário mostra uma Cuba desfocada, destroçada, velha, carcomida, preconceituosa, avessa ao hoje, presa a mágoas com o fim do bloco comunista, atribuindo suas misérias aos outros, a bloqueios, a fantasmas.

Aí vamos a Venezuela, recanto que era considerado a joia latina, hoje uma lástima, com governantes pródigos em terceirizar culpas, seguindo mesmo roteiro dos demais países desse espectro político.

E um a um, países socialistas mostram suas deficiências. E quando são potências, o são na exploração traumática e tsunâmica da mão de obra, fato concreto que os devotos não falam, como não falam das perseguições as minorias, os preconceitos, a intolerância religiosa, mostrando para quem de fato quer ver com as lentes da verdade, que o discurso politicamente correto – onde ainda não é poder, é estratégia para ascender, chegar e, uma vez lá – se o socialismo/comunismo de fato adotar, é retrocesso, censura, que ao fim miséria será.

Vivi quase 60 anos para dessa ilusão me apartar, fui a vida quase toda uma roda nessa engrenagem ilusória, uma máquina perversa, fácil de adeptos ter, que trabalha com a poesia do servir, a bondade do semelhante ajudar, lorota, mentira, quando uma vez no poder, moe os contrários, desmerece o mérito, empodera os poderosos que estão no topo, não tem nada de santidade, de fraternidade, tem muito é de falsidade, interesse, podres poderes.

E o capitalismo é a solução? Também não, cheio de defeitos, com gulosos, maldosos, então qual é o caminho?

O do meio, democracia, meritocracia responsável, estamos ainda buscando alternativas as polaridades, pensemos, trabalhemos, busquemos fugir das ilusões até hoje postas, o Covid nos leva a reflexões, tomara que cheguemos a algumas percepções, consensos, tudo é muito lento, mas inexoravelmente precisamos perseguir soluções.

Que situação, rapá…

Luzzzz

Natal, vinte e um dias, quarto mês, ano dois mil e vinte. 17h17.

Mais no www.blogflaviorezende.com.br

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Crédito das Fotos: Arquivo Pessoal

 

 

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