O percentual de circulação de pessoas no Rio Grande do Norte diminuiu após o decreto estadual de isolamento social, publicado no dia 18 de março e se igualou a média brasileira, especialmente no final do mês de março e início abril. No último dia 05, a movimentação de indivíduos no estado foi 76% menor em relação a circulação base percebida em semanas anteriores, enquanto que no Brasil essa redução foi de 72%.
A análise foi realizada por pesquisadores do Observatório do Nordeste para Análise Sociodemográfica da Covid-19 (ONAS-Covid19), a partir de dados publicados esta semana, quando a Google divulgou o segundo relatório com informações e dados de mobilidade captados pela geolocalização de celulares. A divulgação aponta o nível de circulação ou isolamento de pessoas em locais como restaurantes, supermercados, farmácias, praias, pontos de embarque e desembarque de passageiros e residências, no período que vai de 16 de fevereiro a 5 de abril.
O estudo do ONAS-Covid19 mostra que logo após o decreto de 18 de março, houve uma queda expressiva da circulação de pessoas em supermercados, farmácias e outros locais de compras no Estado e que por volta do dia 23 de março, verificou-se tendência de crescimento no movimento para esses locais, o que pode ser um efeito rebote do isolamento das famílias e a consequente elevação do consumo de alimentos e itens de limpeza e higiene pessoal.
Após o 18 de março a curva de registros de atividades em residências foi crescente e em poucos dias alcançou o patamar de 20% de aumento com relação à linha de base, o que significa uma boa resposta inicial da população as recomendações de restrição de mobilidade. No entanto, os pesquisadores chamam a atenção para uma leve tendência de redução desse patamar ao final da série estudada. As categorias ‘Locais de trabalho’ e ‘Estações de trânsito’ fornecidas pelo relatório da Google também mostram uma tendência de crescimento, sobretudo, nos registros de atividades em locais de embarque e desembarque de passageiros.
A maior adesão percentual do Rio Grande do Norte (76%) comparando com o restante do país (72%), pode ser explicado pelos estados que passaram a apresentar uma menor adesão ao isolamento social, através de decretos de flexibilização de circulação, o que acabou diminuindo a média nacional.
A análise chama a atenção para o fato de que no RN o avanço da Covid-19 nos municípios do interior tem sido expressivo, portanto, acompanhar as tendências de circulação de pessoas nessas localidades, e não apenas na capital e região metropolitana, torna-se ainda mais importante e com a vantagem de permitir um detalhamento por grupos de atividades econômicas.
O estudo completo pode ser acessado aqui.
Fonte: Agecom/UFRN