Sesap confirma segunda morte por coronavirus no RN; vítima tinha 23 anos

Mandetta anunciou que o governo colocará em funcionamento um monitoramento que chegará a 125 milhões de pessoas - Foto: Dida Sampaio/ESTADÃO CONTEÚDO

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e a Secretaria Municipal de Saúde de Natal confirmaram a morte de um jovem de 23 anos por Covid-19, na noite de ontem. Esse é o segundo óbito confirmado pelo novo coronavírus no Rio Grande do Norte. Agora Natal tem 48 casos confirmados, 605 suspeitos, 231 casos descartados e 1 óbito.

Matheus Aciole de 23 anos é o mais jovem a morrer pelo coronavírus no Brasil
e a segunda morte confirmada no RN – Foto: Arquivo da família

Segundo a Sesap, o paciente, com quadro de obesidade, deu entrada em hospital privado, no dia 24 de março, onde foi examinado e retornou para a residência para continuidade de medicações prescritas. Ele ficou em isolamento por dois dias, não apresentando melhora procurou o serviço público de saúde no dia 27 de março onde foi atendido e realizou o teste para a doença, sendo regulado para o serviço privado em seguida. O resultado do exame foi liberado ontem à noite, positivo para Covid-19.

A outra vítima confirmada de covid-19 no estado foi o professor universitário Luiz di Souza, de 65 anos. Ele morreu no último sábado (28).

Ontem, o Estado chegou a 83 casos confirmados de coronavírus em 14 cidades. Outros 1.835 casos são suspeitos e aguardam o resultado da análise dos exames.

País

Ontem, o Ministério da Saúde divulgou que o número de mortes em razão do novo coronavírus chegou a 201 no país. O resultado marca um aumento de 26% em relação a segunda-feira (30), quando foram registrados 159 óbitos. O número de novas mortes, 42, foi o maior da série histórica. O maior quantitativo de óbitos em um dia até então tinha sido 23, no dia de ontem (30).

Em relação ao perfil, 41,4% eram mulheres e 68,6%, homens. Em relação à idade, 89% estavam na faixa acima de 60 anos. Em relação às complicações de saúde, a maioria (107) apresentavam cardiopatia, 75 tinham diabetes, 33 pneumopatia e 22 alguma condição neurológica.

Já os casos confirmados saíram de 4.579 para 5.717. O resultado de novas 1.138 pessoas infectadas em um dia foi mais que o dobro do maior registrado até agora, de 502 novos casos no dia 27 de março.

Os estados com mais casos são São Paulo (2.339), Rio de Janeiro (708), Ceará (390), Distrito Federal (332) e Minas Gerais (275). A menor incidência está em estados da Região Norte, como Rondônia (oito), Amapá (10), Tocantins (11) e Roraima (16).

O índice de letalidade, que estava abaixo de 2% no final de semana, ficou em 3,5% no balanço de hoje, o mesmo registrado ontem.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, argumentou que a pandemia não entrou na curva ascendente porque houve “conscientização de todo mundo”. Mas a situação de hoje reflete a dinâmica de 14 dias atrás. “Não temos nem sete dias que estamos ficando em casa. Por isso que é importante manter”, defendeu.

Mandetta reforçou a importância das medidas de isolamento social, mas acrescentou que o governo discute as condições para uma movimentação de abertura, o que chamou de “condicionantes”.

Entre elas, o abastecimento dos profissionais de saúde com equipamentos de proteção individual (EPIs), que ainda são insuficientes, de acordo com levantamentos que vêm sendo realizados por entidades como o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira. O ministro informou que foi finalizada compra de 300 milhões de kits desses equipamentos.

“No momento vamos fazer o máximo de distanciamento social, o máximo de permanência nas residências para que, quando chegarmos no momento de estarmos preparados, vamos monitorando pela epidemiologia. Vai ser um trabalho de precisão. Nem tão amarrado que possamos ser arrastados, nem tão acelerado que possamos cair numa cachoeira”, declarou.

Mandetta anunciou que o governo colocará em funcionamento um sistema de monitoramento dos brasileiros que chegará a 125 milhões de pessoas. A plataforma, baseada em inteligência artificial, entrará em contato com os brasileiros na base de dados do governo e obterá informações sobre a condição de saúde.

“O conjunto dessas informações será usado para que a gente antecipe quem é risco, onde está, o nome e isso deve ser grande ferramenta de gestão de pessoas”, informou o titular da pasta.

O governo divulgou os dados sobre o avanço de covid-19 em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. Participaram o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto; da Economia, Paulo Guedes; da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; e da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Ontem desembarcou no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), o primeiro lote de 500 mil de testes de detecção rápida para a covid-19. O lote faz parte de uma compra de compra de 5 milhões de kits efetuada pela Vale. O teste, produzido pela empresa chinesa Wondfo, tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele detecta anticorpos e permite que se tenha um resultado em apenas 15 minutos.

Números

107 dos que tiveram complicações de saúde com covid-19 apresentavam cardiopatia.

75 dos que tiveram complicações de saúde com covid-19 apresentavam diabetes.

Crédito das Fotos: Dida Sampaio/ESTADÃO CONTEÚDO e Arquivo da família

Fonte: TRIBUNA DO NORTE

 

 

 

 

 

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