Brasil inteiro precisa a partir deste sábado (21) ficar em isolamento domiciliar voluntário. Com a declaração formal do ministro da Saúde de que há transmissão comunitária em todo o país, as recomendações de distanciamento social tornam-se mais estritas e o protocolo de atendimento dos serviços médicos passa a considerar pacientes com sintomas de gripe como portadores da Covid-19.
A declaração veio exatamente no momento em que o sistema de verificação de casos suspeitos está abarrotado e travado. Na última terça-feira (17), quando o número foi divulgado pela última vez pelo Ministério da Saúde, a fila de notificações para confirmar o diagnóstico de coronavírus no país era de 8.819 pessoas. Na sexta (20), só no Distrito Federal, 1,2 mil moradores esperavam pelo diagnóstico.
O quadro leva especialistas em saúde pública a concluir que o vírus está se espalhando de maneira silenciosa pelo país, sem dar tempo de que a confirmação de casos suspeitos seja feita e a cadeia de contatos para monitoramento seja mapeada. Apesar de a transmissão comunitária da doença estar comprovada em apenas sete estados (São Paulo, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Santa Catarina), considera-se que o Sars-CoV-2 está fazendo vítimas em quase todo o território nacional, o que aumenta a necessidade de alerta.
Precaução
Para o médico Eduardo Hage, que tem atuado como porta-voz do GDF em relação ao novo coronavírus, não é mais possível garantir que o contágio sustentado esteja restrito aos estados nos quais já foi constatado. Na prática, significa dizer que a cautela precisa ser de todos: não apenas dos que tiveram contato com pessoas infectadas ou que retornaram de viagens internacionais. “No DF, ainda não foi evidenciada transmissão comunitária, mas isso não quer dizer que não haja transmissão comunitária”, afirma o sanitarista.
Crédito da Foto: Metrópoles/Yanka Romão
Fonte: METRÓPOLES