A minha situação financeira favorável é uma coisa extraordinária. Tirando a sensação incômoda de vivermos num planeta historicamente desigual, com poucos podendo muito e muitos não podendo quase nada, com alguns no grupo dos que podem muito até trabalhando para isso mudar, fazendo coisas, difundindo sentimentos nobres, ajudando causas e pessoas, grupos, etc, mesmo assim as mudanças são lentas, e transformações verdadeiras ocorrem quase que secularmente.
Mesmo fazendo o que chamam de ‘minha parte’, não deixo de viajar e observar, ver, diante de outras culturas, sempre curtindo e refletindo.
Hoje ao sentar para escrever, em Miami, sozinho, depois de um maravilhoso tour com a família por New York e Orlando, tenho algumas considerações a fazer.
Estando aqui só, estou num hostel, dividindo espaço com estranhos. No meu caso japoneses. Comunicação amigável por feições de sorrisos e concessões gestuais.
Num hostel reina a energia da juventude, são adolescentes, hormônios em ebulição, shorts curtos, sensualidade explícita, regras não observadas, mas nada muito fora de certa normalidade.
Como a família partiu para o Brasil por causa das aulas, ficando só, quase sessentão, faço essa reflexão.
A família para quem está fora da faixa, é o tio, tem a roupa fora do script, não consegue disfarçar com touca os cabelos brancos.
Para quem está avançado, ser amante dos filhos, buscar neles o carinho possível, a proximidade necessária, é a única possibilidade de felicidade off mendicância coletiva.
A reflexão que faço para quem é cinquentão, quase sessentão, é que valorize o núcleo familiar, nele está o bel prazer, a coisa mais importante, o big êxtase.
Quando a sexualidade para você só faz sentido se for por amor, a visão do mundo fica mais nítida a partir da visualização dos filhos, é hora de confirmar que a família é o passaporte da felicidade.
É o momento de coroar o que de fato importa, toca, te faz feliz e realizado.
Quando você percebe isso e faz da família seu Norte, pode viajar para onde for, eles serão sempre seu: amor.
Flávio Rezende aos seis dias, terceiro mês, ano dois mil e vinte, 15h17. Miami/USA.
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Crédito das Fotos: Arquivo Pessoal