No mundo todo há gente lutando para perder peso. Mas isso não quer dizer que a obesidade seja o nosso destino coletivo. Pois, quase todas as culturas têm algum costume capaz de manter a boa forma, algum hábito que pode ser a base de um plano internacional de emagrecimento.
Pronto para mandar a barriguinha fazer as malas?
Para perder peso com saúde
Por exemplo, nos restaurantes da Europa, o garçom costuma pôr na mesa uma garrafa de água mineral. Em muitos restaurantes dos Estados Unidos, é preciso pedir água e, por causa disso, muita gente prefere refrigerante ou outras bebidas mais calóricas. Basta pedir água mineral com a refeição para, com o tempo, fazer diferença no tamanho da barriga.
1. Tailândia — Mais pimenta:
A comida tailandesa é uma das mais apimentadas do mundo. A pimenta estimula o metabolismo, mas o verdadeiro benefício da comida picante é retardar a ingestão, como explica o Dr. James Hill, ex-presidente da Sociedade Americana de Nutrição. “Quando o corpo avisa que está satisfeito, a pessoa já comeu demais. Comer devagar é uma boa estratégia para emagrecer, e apimentar a comida é um jeito fácil de conseguir.”
2. Reino Unido — Reduza as porções:
Em Londres, ao entrar num McDonald’s, o atendente não pergunta se você quer aumentar a porção. Essa opção foi banida do Reino Unido porque constituía menos de 0,1% das vendas. Os britânicos preferem porções menores, talvez como vestígio da frugalidade imposta pelo racionamento da 2ª Guerra Mundial.
A má publicidade também fez o McDonald’s desistir das superporções nos Estados Unidos. Mas uma Coca-Cola grande americana ainda contém 100 calorias a mais do que no Reino Unido, e na Grã-Bretanha não existe o “Quarterão com queijo”. Afinal, quem precisa comer 250 gramas de carne de uma só vez?
3. Brasil — Sirva com arroz e feijão:
Aquele sacolejo todo do Carnaval não é o único hábito carioca a fazer bem ao corpo; os brasileiros se mantêm magros com o prato tradicional de todas as refeições.
Um estudo da revista Obesity Research descobriu que a alimentação composta principalmente de arroz e feijão reduz cerca de 14% o risco de engordar, se comparada ao cardápio ocidental mais típico, porque é pobre em gordura e rica em fibras, estabilizando o nível de glicose no sangue. Pode parecer estranho, mas comer feijão deixa o corpo pronto para a praia.
4. Indonésia — Tente jejuar de vez em quando:
O islamismo, religião principal desse país, encoraja o jejum periódico: não comer nem beber nada da aurora ao anoitecer. Outros, na Indonésia, praticam o mutih, que só permite água e arroz branco.
Embora os especialistas não recomendem o jejum como tática para emagrecer, jejuar com moderação pode romper os padrões de quem come sem pensar, como explica o Dr. James Hill. “A maioria de nós nunca sente fome”, ressalta ele.
“Comemos a refeição seguinte antes de digerirmos a anterior.” A abstinência estrita não é necessária para obter esses benefícios psicológicos; basta cortar as calorias pela metade durante um dia.
5. Polônia — Coma mais em casa do que na rua:
Os poloneses costumam gastar apenas 5% do orçamento comendo fora. Para economizar quilos e dinheiro, passe a anotar quantas vezes come fora, quanto gasta todo mês e vá reduzindo aos poucos.
“Quem não cozinha em casa tende a comer menos alimentos saudáveis e ser mais gordo do que quem cozinha”, diz o jornalista e ativista Michael Pollan. “Na verdade, o abandono da cozinha por uma sociedade acompanha o aumento da obesidade.”
6. Alemanha — Coma bem no café da manhã:
Impressionantes 75% dos alemães comem pela manhã todo dia. E o café da manhã também passa longe das lanchonetes; os alemães preferem frutas, flocos de cereais e pão integral.
Há anos nutricionistas aconselham a não pular o café da manhã e há estudos que dão uma imagem melhor da sua importância. Num deles, pesquisadores britânicos descobriram que, se não comemos direito pela manhã, o centro de recompensa do cérebro se acende com mais intensidade quando vemos um alimento muito calórico, tornando o excesso mais provável. Eis uma explicação científica para aquela vontade irresistível de mergulhar na vitrine de doces da padaria.
7. Países Baixos — Troque o pedal do acelerador pelo da bicicleta:
Nos Países Baixos, as bicicletas (18 milhões) são mais numerosas que os habitantes (16,5 milhões). E 54% dos holandeses que têm bicicleta usam-na em atividades cotidianas, como fazer compras e ir ao trabalho.
Em média, os holandeses pedalam 870 km por ano. Há lugares em Amsterdã onde os sinais de trânsito são sincronizados de acordo com a velocidade das bicicletas. Tente usar todo dia a sua bicicleta para ir trabalhar ou para as tarefas perto de casa. Pessoas de peso mediano que pedalam em ritmo moderado conseguem queimar umas 550 calorias por hora.
Coma mais arenque
Os holandeses consomem cerca de 85 milhões desses peixes por ano, crus. São uns cinco para cada habitante do país. São preparados em conserva e servidos simples como petiscos ou no almoço, com pãezinhos, cebola e picles de pepino. Peixes gordurosos como o arenque emagrecem por várias razões, diz o Dr. Pescatore, autor de A dieta dos Hamptons. Eles contêm muito ácido graxo ômega-3, que reduz o nível de cortisol, o hormônio do estresse; sabe-se que o cortisol aumenta a quantidade de gordura depositada no abdome. Além disso, quem almoça arenque ou sardinha em lata ingere muito menos calorias do que quem almoça hambúrguer ou peixe empanado. Só não esqueça as balinhas de hortelã para o hálito…
8. Suíça — Que tal um prato de müsli?
O müsli é um mingau ou farofa de cereais, feito com aveia, frutas e nozes combinadas para promover a saúde e controlar o peso. Foi desenvolvido há mais de cem anos por um médico suíço para alimentar pacientes hospitalizados, mas os suíços comem este alimento no café da manhã ou no lanche da noite. As fibras do müsli tornam a sua digestão lenta e mantêm por mais tempo a sensação de saciedade. Mas leia o rótulo com atenção: o teor de açúcar varia de 2 a 14 gramas por porção.
9. Rússia — Uma horta nos fundos:
As dachas, ou casas de campo, onde 51% dos moradores urbanos passam as férias e os fins de semana de verão, quase sempre têm uma horta. Os russos plantam suas hortaliças e frutas e fazem conservas ou enlatam o que produzem. Isso torna a sua alimentação mais nutritiva. E “não há muita coisa engordativa que se possa plantar numa horta”, observa James Hill.
10. Malásia — Força na cúrcuma:
Esse tempero é nativo das selvas da Malásia. Um dos seus principais componentes é uma substância chamada curcumina, que parece ser poderosa no combate à gordura. Um estudo da Universidade Tufts verificou que camundongos alimentados com uma dieta rica em gordura contendo pequena quantidade de curcumina engordaram menos do que os outros, que fizeram refeições semelhantes só que sem essa substância. Os pesquisadores acham que o ingrediente impede o crescimento do tecido adiposo e aumenta a queima de gordura.
Fonte: Seleções Reader’s Digest
Imagem: iStock