Desde que o mundo é mundo, as mulheres ouvem que quadrinhos não é coisa de mulher, nem para ler, e tampouco para produzir, afinal desenhos másculos, sensualizando, objetivando e vitimando personagens femininas para agradar o ego dos homens, não pode ser uma boa influência às mulheres. Todavia, a cena está mudando, e hoje em dia há tanto mulheres que leem quanto que produzem, numa relação significante e até superior ao público masculino. E para demonstrar que as minas estão chegando com tudo (na verdade elas sempre estavam por aqui… mas, desenvolveremos isso, no decorrer do texto) e fazendo trabalhos impecáveis, representativos e únicos, seja nas artes, no roteiro ou na pesquisa.
Essa obra conta com mais de 500 páginas de resenhas, artigos, entrevistas, tirinhas, artes, entre outras denotações artísticas que expõe a âmago de cada um dessas mulheres apresentadas no livro, com relatos eminentes que fará o leitor refletir e se atentar as nuances do mercado, colocando todos os artistas a um mesmo patamar, independente se é o homem, mulher, gay, lésbica, bissexual, transsexual, cisgênero ou binário, fomentando suas artes, obras e trabalhos pelo seu conteúdo e não pelo seu gênero.
Cada espaço conquistado, é um mérito todas as mulheres, não apenas artistas, mas no geral, em se ver representada pelas mãos de outra mulher, com seus dilemas, ideias e ideais parecidos, em mostrar não apenas a igualdade entre os gêneros, mas também a equidade como ser humano, trazer justiça, respeito e direitos iguais à todos. Como disse Sonia M. Bibe Lyuten em um parágrafo no livro, essa obra “mostra a magnífica de desenhos e artigos que não difere de uma coletânea de Histórias em Quadrinhos feita pelos seus pares masculinos. Elas também sabem criar roteiros, fazer um storyboard, desenhar a lápis, contornar a arte com nanquim ou outro material, preencher os balões, usar onomatopeias, colorir, paginar, fazer tudo à mão ou digitalizar e colocar no computador e também escrever artigos… WOW!“.
“Mulheres & Quadrinhos” traz mais do que uma junção de mulheres mostrando a fabricação de quadrinhos, mas sim, uma união de que mulher não precisa explicar como é produzir neste espaço tão seleto, mas que também pode discutir e argumentar sobre diversos temas, seja com outras mulheres ou numa roda de homens brancos, héteros e cis.
A mulher está aberta a ampliar e trazer igualdade as artes, e não concorrência e discordância, mostrar que há meninas que leem HQs sim, e elas querem se ver como elas são, e não com formas inimagináveis, com problemas na lombar por causa de seus peitos que são maiores que sua cabeça, e tampouco querem se sentirem inferiores para que não fere a masculinidade dos personagens homens da trama.
O livro “Mulheres & Quadrinhos” é uma obra lançada pela Editora Skript, e já está disponível em algumas livrarias e comic books, além do site Amazon Brasil.
Fonte: O Barquinho Cultural