Hoje em dia as mulheres tomam suas próprias decisões e escolhas, e decidem por si próprias quais caminhos seguir em sua carreira, seja ser dona de casa e cuidar dos filhos, ou a área artística e da comunicação, e também para o das ciências. E neste dia de hoje, Dia Internacional das Mulheres e Garotas na Ciência, não mais justo do que enaltecer diferentes mulheres que fizeram e fazem a diferença para incentivar outras garotas a adentrarem neste âmbito científico.
Segundo a Organizações das Nações Unidas – ONU, apenas 30% dos pesquisadores ligados a campos STEM – sigla em inglês para Science, Technology, Engineering e Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português) – são mulheres e elas são apenas 35% dos estudantes que se inscrevem em cursos do tema.
Apesar da baixa adesão de mulheres ingressando nesta área, ainda é um acréscimo para a comunidade científica, já que apenas no século 18, uma mulher ocupou uma cadeira universitária, no campo científico, trata-se da italiana, Laura Bassi. Já que antes, as mulheres era excluídas de obterem tais ensinamentos.
Mas Bassi, não levou os créditos honrosos na primeira estância, pois a cena ainda era extremamente machista e impunham distintas regras contra as mulheres, todavia a luta pela conquista sempre foi ímpar e convicta, e as mulheres ainda assim protagonizaram avanços significantes na ciência. Um exemplo, Marie Curie, um química e física polonesa, que foi a primeira mulher a receber um Prêmio Nobel em diferentes áreas, em 1903 (física), e posteriormente em 1911 (química), e de lá para cá, o número de mulheres nas ciências podem ter sido crescido um pouco, mas poucas foram recompensadas por seus trabalhos, já que apenas 54 em entre 923 homens, foram gratificadas em receber o Prêmio Nobel, das quais 20, foram em física, química, fisiologia ou medicina.
Outra mulher bastante relevante no campo científico é a cientista Katherine Johnson, que fez contribuições fundamentais para a aeronáutica e exploração espacial dos Estados Unidos, em especial em aplicações da computação na NASA, entre essas, os cálculos que resultaram vários projetos, como o Projeto Mercury, as missões de John Glenn, Alan Shepard, o voo da Apollo 11, em 1969, à Lua e os planos iniciais de levar o homem para Marte.
E por falar no espaço, a primeira mulher a ir a órbita espacial, a astronauta Christina Koch, regressou para a Terra na última semana, após ficar 328 dias na Estação Espacial Internacional, junto com o cosmonauta da Agência Espacial Russa Alexander Skvortsov, o astronauta da Agência Espacial Europeia Luca Parmitano, comandante da missão 61, pousando na região da cidade de Dzhezkazgan, no Cazaquistão e e a astronauta Jessica Meiers, que afirmou realizar um sonho de infância partindo para essa missão. Em 2016, Katherine foi incluída pela BBC na lista das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes e um ano antes, em 2015, a cientista foi premiada com a Medalha Presidencial da Liberdade.
“É assim que você se sente quando, além de realizar o seu sonho de infância chegando à Estação Espacial, você é recebido por seus irmãos e irmãs Astro do outro lado”, disse a astronauta Jessica Meiers.
A equipe testou maneiras de reabastecer veículos autônomos no espaço, o que pode parecer fácil para nós aqui na Terra, no espaço é um malabarismo manter o líquido no fundo do tanque, quando há gravidade. Além de incluir sua participação em 200 pesquisas científicas, dentre essas uma delas com foco no desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer e a captura robótica de naves espaciais que atracam a Estação Internacional Espacial, incluindo a cápsula Dragon da SpaceX, que levará os primeiros humanos ainda neste ano de 2020.
A astronauta agradeceu a oportunidade de ingressar a missão de ser uma das primeiras mulheres a estarem sob gravidade zero.
“Esta jornada foi a jornada de todos. Obrigado a todos os envolvidos no sucesso de nossa missão e por me dar a oportunidade de levar os sonhos de todos ao espaço. Estou cheio de gratidão por estar de volta ao planeta!“; escreveu Koch em seu Instagram.
Segundo a NASA, a astronauta orbitou a Terra 5.248 vezes durante o tempo em que ficou na Estação Espacial, percorrendo em média 224 milhões de quilômetros, o equivalente a cerca de 291 viagens à Lua, considerando ida e volta. Ainda, Christina superou um recorde significativo de estadia feminina no espaço, superando da austronauta Peggy Whitson, de 289 dias, além de entrar para a história como a primeira caminhada espacial 100% feminina.
Essa experiência de Christina e Jessica, é apenas uma migalha das conquistas das mulheres nas ciências, sendo uma inspiração para que outras garotas sigam essa área de conhecimento e relevância universal, ganhando novas pesquisas, estudos e ideias produzidas por mulheres, que ganham seu espaço diariamente entre o mundo dos homens, mas não para querer ser mais do que eles, mas manter a igualdade e generosidade em partilhar estudos e pensamentos pelo bem da humanidade.
Recentemente, as ciências ganhou uma relevância importante na teledramaturgia, como no final da série The Big Bang Theory, quando Amy Farrah Fowler (Mayim Bialik)e Sheldon Cooper (Jim Parsons) são gratificado com um Prêmio Nobel, aonde Amy incentiva outras garotas a seguirem a carreira científica.
Lúcio Amaral é jornalista e advogado pós-graduado em Direito e Processo Trabalhista. Certificado de Estudos Aprofundados em Psicanálise. Ganhador do II Prêmio de Rádio e Jornalismo em Saúde e Segurança do Trabalho, promovido pelo MPT em 2008.