Falar de Star Wars é quase como falar de uma religião. Toda a mitologia envolvendo a família Skywalker, criada por George Lucas no final dos anos 70, agregou muitos apaixonados. Aquela trindade de rebeldes – Han Solo, Princesa Leia e Luke Skywalker – permaneceram por anos intocáveis na cabeça dos fãs, como se realmente estivéssemos vivido toda aquela batalha contra o Império, e a tríade de heróis, ao finalmente derrotar o mal, ficariam para sempre no panteão intocável dos deuses da cultura pop.
Porém a Disney, agora detentora da franquia, resolveu recomeçar uma nova saga, contando o que aconteceu após a batalha na Lua de Endor. Foi um risco que dividiu opiniões e muitos fãs antigos não gostaram. Primeiro ao mostrar que todo aquele esforço, as batalhas, o treinamento de Luke, não foram suficientes. O Império prosperou e virou a Nova Ordem. Segundo desfizeram toda a mitologia em torno dos Skywalker ao mostrar o Ben Solo atraído pelo lado sombrio e um Luke amargurado sem mais vontade de lutar.
A redimisão Skywalker
A Ascensão Skywalker, tenta redimir todas as falhas feitas nos dois filmes anteriores. Kylo Ren ficou mais forte psicologicamente, coisa que era muito questionável nos Episódios anteriores, e demonstrou muita inteligência e força nesse filme de fechamento. Luke voltou como um verdadeiro Jedi, mesmo sendo “um com a força”, se tornando peça importante para a saga heroica de Rey.
Leia foi a única que permaneceu intocável pelos produtores. Foi a Skywalker mais forte, permaneceu lutando contra a ordem como general, como a mesma Leia jovem da trilogia original. Lógico que a idade e a força física não permitiram sua ida ao campo de batalha. mas sua força e inteligência foram primordiais para a sobrevivência dos rebeldes nesses anos sombrios do comando da Nova Ordem.
O filme
Mesmo com alguns pontos positivos, o filme ainda comete muitas falhas. Enredo um tanto preguiçoso, sendo uma cópia dos Episódios V e VI da trilogia original, um plot twist nada surpreendente, uma redenção já anunciada e muito, mas muito fan service.
Não tem como não comparar com o enredo de “O Retorno de Jedi”, tudo é igual, com direito até a uma batalha na Lua de Endor. Em resumo, é aquele trabalho de escola que o colega pede pra copiar, só que alertamos para, pelo menos, fazer diferente.
O ponto positivo (ou negativo) é a revelação da verdadeira história de Rey. Este filme pelo menos conta, finalmente, a tão aguarda história da origem da heroína, porém, nada surpreendente, afinal copiaram o roteiro da trilogia clássica.
Um final poético
Apesar das falhas, o filme trouxe um final belo e poético à franquia. Ele não é um filme ruim, é muito divertido, por sinal, com várias cenas de encher os olhos, principalmente nas batalhas estelares e os duelos com os sabres de luz.
O encerramento é um belo último ato que homenageia de forma honrosa a toda mitologia criada há mais de 40 anos. Mesmo com todas os erros cometidos, a Disney trouxe um final, pelo menos, bonito à franquia.
Star Wars: A Ascensão Skywalker é um filme divertido que lembra a trilogia clássica (até porque é quase uma cópia), consertou alguns erros e permaneceu em outros, mas, mesmo assim, é um bom filme de se assistir. É um fechamento que não acrescenta em nada à mitologia de George Lucas, porém, compensa pela simples e pura diversão!