Intercâmbios de exposições, realização de cursos nas áreas de conservação e restauro e capacitação da equipe educativa são algumas das atividades que devem acontecer em 2020, no Museu Câmara Cascudo (MCC) da UFRN. As propostas surgiram durante as visitas técnicas realizadas pela equipe do MCC realizadas na quinta-feira, 19, e sexta-feira, 20, em espaços museais nas cidades de João Pessoa (PB) e Recife (PE).
Para o diretor do MCC, Everardo Araújo Ramos, as visitas foram muito produtivas, pois permitiram a equipe ampliar os conhecimentos na área de museus. “Fizemos registros fotográficos, conversamos com servidores dos espaços visitados, conhecemos as realidades vivenciadas por ele e detectamos o que podemos trazer de novas experiências para o Câmara Cascudo”, ressaltou.
Na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, em João Pessoa, onde acontece a exposição em conjunto com o MCC, intitulada Artes e Evolução – Uma Perspectiva Histórica, foi reforçado o desejo de estabelecer novas parcerias, fazendo intercâmbios de exposições. No Museu do Homem do Nordeste (MuHNE), da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, a equipe técnica dos dois museus estabeleceram contato na intenção de articular um curso de museologia de curta direção no MCC, ainda em 2020.
Já no Paço do Frevo, a equipe participou de uma visita guiada da exposição permanente, que apresenta o universo do frevo de maneira muito extensa e documentada. No Museu Cais do Sertão, vários aspectos da estrutura do espaço e também das atividades oferecidas impactaram a equipe do MCC. Everardo Araújo destacou o projeto conceitual, que apresenta a cultura sertaneja a partir da obra de Luiz Gonzaga; o projeto arquitetônico e expográfico, extremamente arrojado, com recursos diversos, criativos, eficazes, impactantes, envolventes, interativos; e a disponibilidade da equipe educativa, que compartilhou muitas experiências enriquecedoras.
“Nossa equipe participou de um workshop de música, no qual aprendeu sobre a história de diversos ritmos e ainda pôde tocar instrumentos musicais durante meia hora”, pontuou. No Museu Cais do Sertão, surgiu a ideia de elaborar um projeto de parceria com equipe do espaço, que deverá vir à Natal em 2020 para capacitar a equipe educativa do MCC.
A viagem foi finalizada com uma visita ao Museu do Estado de Pernambuco (MEPE), importante instituição de conservação e divulgação da cultura e da arte no estado. No local, a equipe técnica da instituição apresentou os espaços e exposições em cartaz e se mostrou bastante disponível para intercâmbios com o MCC. “Tendo em vista o renomado trabalho do MEPE na área de conservação e restauro, devemos articular a vinda deles para capacitar nossa própria equipe nessa área”, revelou.
As visitas técnicas a museus na Paraíba e em Pernambuco possibilitaram à equipe do Museu Câmara Cascudo novas vivências e experiências. O coordenador técnico-científico e cultural do Museu Câmara Cascudo, Wagner de França Alves, considerou importante conhecer outras realidades para poder melhorar as iniciativas que já realizam no MCC. De acordo com ele, essas mudanças acontecem por meio da troca de experiências em visitas técnicas como as realizadas na semana passada. “Percebi, durante a viagem, que precisamos investir em mais acessibilidade nas informações repassadas aos visitantes do Museu”, colocou.
Para a bolsista de Produção Cultural do MCC, Tays Bianos, as visitas permitiram perceber o quanto ela pode contribuir com o MCC e quanto os museus podem ser, de fato, dinâmicos. “Com essa experiência, observei que os museus podem trazer sensações das mais diversas aos visitantes e que cada museu, na sua desenvoltura, comporta o acervo de uma forma única. E ainda que, de fato, não existe uma fórmula para compormos um museu”, acrescenta.
Tays cita como exemplos de novas ações que podem ser levadas para o MCC a mediação teatralizada, que chama a atenção de adultos e crianças e faz ter uma compreensão melhor das exposições, e as oficinas de música, que podem ser feitas a partir de parcerias com a Escola de Música da UFRN. Dessa forma, ela acredita que pode-se dinamizar as atividades e sair um pouco dessa questão de realizar apenas exposições.
Imagens: Hellen Almeida
Fonte: Agecom/UFRN