Um projeto da Faculdade de Farmácia da UFRN recebeu um prêmio no programa de inovação SBQ Acelera, da Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Entre 48 inscritos, a proposta Formulações cosméticas contendo complexo de inclusão multicomponente com ácido ferúlico e avaliação do seu perfil de liberação em membrana biomimética ficou entre as quatro melhores do Brasil, sendo a única do Nordeste.
Formulado pelo Grupo de Pesquisa Inovação em Fármacos e Medicamentos (Inofarm), coordenado pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e do Departamento de Farmácia, Ádley Antonini Neves de Lima, o produto tem despertado o interesse da indústria cosmética.
Batizado de Cicloferulic, o cosmético se trata de um novo insumo ativo com ácido ferúlico – encontrado em diversas plantas. Dessa substância é feita uma complexação com polímeros, tornando esse ácido mais potente, antioxidante, solúvel em água e estável à luz, características que o tornam, de acordo com o professor Ádley, melhor do que os produtos já oferecidos pelo mercado.
“Esse segmento anti-idade vem crescendo muito no mundo todo, por isso novos produtos mais potentes sempre interessam à indústria”, explica Ádley, contando que o produto foi totalmente desenvolvido na UFRN como projeto de doutorado de Fernanda Ílary Costa, com apoio das professoras Ana Paula Barreto e Elissa Ostrosky, ambas do Departamento de Farmácia.
Se depender dos contatos que o Inofarm vem recebendo, o produto não deve demorar muito a ser comercializado. “Estamos conectados diretamente com diversas empresas do ramo que têm interesse em cooperar com o desenvolvimento ou licenciar a patente que temos do produto no INPI [Instituto Nacional da Propriedade Industrial]. Há conversas com grupos nacionais e estrangeiros”, afirma o professor.
SBQ Acelera
Entre os objetivos do SBQ Acelera, programa de pré-aceleração de tecnologias químicas da Sociedade Brasileira de Química, está o incentivo aos pesquisadores para que transformem seus projetos de pesquisa em produtos para o mercado. De acordo com o professor Ádley, essa deve ser também uma preocupação da universidade. “Queremos levar o que fazemos para a sociedade, para fora da universidade”, diz Ádley.
Fonte: Agecom/UFRN