A taxa de desocupação caiu de 12,0% para 11,8% na passagem do trimestre encerrado em junho para o terminado em setembro, influenciada pelo aumento na população trabalhando na informalidade. Mesmo com a queda, ainda haviam 12,5 milhões de pessoas desempregadas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 31, pelo IBGE. Em relação ao trimestre encerrado em agosto, a taxa de desemprego ficou estável.
Segundo o IBGE, o número de trabalhadores por conta própria e sem carteira assinada permaneceram em patamar recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. A categoria dos por conta própria chegou a 24,4 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro, o que representa alta de 1,2% em relação ao mesmo período de 2018. Já o número de empregados sem carteira de trabalho assinada seguiu no patamar recorde de 11,8 milhões de pessoas, o que representa crescimento de 2,9%.
Já o número de trabalhadores com carteira assinada ficou em 33,1 milhões, estável tanto em comparação com o ano passado como com o trimestre anterior. “Do ponto de vista quantitativo, tem mais pessoas trabalhando nesse trimestre, mas a questão é a qualidade dessa forma de inserção informal”, pondera a analista da pesquisa, Adriana Beriguy. Segundo a especialista, o aumento da ocupação neste trimestre com o anterior está ligado à contratação de mão de obra temporária para o fim de ano, que se aquece no terceiro trimestre. “Essa queda na taxa é normalmente observada nos meses de setembro, é uma sazonalidade típica do mercado de trabalho”, diz.
Setores
O aumento de pessoas ocupadas foi observado em todas as atividades, exceto na agricultura. Entretanto, apenas na construção o aumento de 3,8% foi estatisticamente significativo, com acréscimo de 254 mil postos de trabalho, como pedreiros, marceneiros e pintores. Porém, o IBGE salienta que o aumento no setor não está relacionado com grandes obras, como foi visto anteriormente, mas sim por pequenas obras, também se enquadrando na informalidade. “Essa construção não é como em anos anteriores, realizada por grandes empreiteiras que contratam com carteira assinada. São obras e reformas em pequenos prédios, com profissionais que trabalham por conta própria”, analisa Beringuy.
Crédito da Foto: Fernando Donasci/Folhapress
Fonte: VEJA