Projeto instala meliponário em comunidade rural do RN e pode dobrar produção de mel de associação

Projeto dobra produção de mel de associação em comunidade rural no interior do RN — Imagem: Divulgação

Uma comunidade rural localizada em Jandaíra, no Mato Grande potiguar, participou de um projeto para ampliar a produção de mel de abelha na região. A expectativa é de que o incremento possa dobrar a produção anual e gerar uma renda mais digna aos produtores. Atualmente, são colhidos 300 quilos de mel por ano.

A localidade de Cabeço foi a beneficiada com o EDP Renováveis Rural, programa desenvolvido pela EDP Renováveis. A empresa atua no setor de energias renováveis e desenvolve o projeto em comunidades no entorno de onde estão instalados seus empreendimentos. No Rio Grande do Norte, são dois complexos eólicos e um parque.

O incremento na produção se deu pela instalação de um novo meliponário, estrutura de madeira para a criação de abelhas e produzir de mel. Oito famílias foram beneficiadas diretamente pela doação. De acordo com Jailza de Oliveira Melo, presidente da Associação dos Jovens Agroecologistas Amigos do Cabeço (Joca), eram pessoas da comunidade que tinham rendas insuficientes para o sustento. “Agora estamos felizes que eles terão uma renda melhor”, acrescentou.

Novo meliponário instalado na comunidade Cabeço, interior do RN, vai beneficiar diretamente a oito famílias — Foto: Divulgação
Novo meliponário instalado na comunidade Cabeço, interior do RN, vai beneficiar diretamente a oito famílias — Imagem: Divulgação

Jailza explica que o novo meliponário será gerenciado especificamente por essas famílias, que dividirão entre si o dinheiro gerado pela produção de mel. Antes, os 14 associados à Joca rateavam entre si o lucro que entrava. A associação dispunha, de um só meliponário matriz, de maior porte.

Somente com a nova estrutura, a associação já produziu 150 quilos de mel neste ano de 2019, tendo sido a primeira e única colheita em junho passado. Jailza diz que, no ano que vem, essa quantidade deve dobrar, atingindo duas vezes o que já era produzido só com um meliponário.

O projeto

O EDP Renováveis Rural foi concluído junto à Juca na semana passada e começou em janeiro. De acordo com o que explica Emiliana Silveira, especialista em meio ambiente do projeto, houve ainda a implementação de “tecnologias sociais” em outras três comunidades: Zebelê, Tubibas e Lagoa de Serra Verde.

Nestas, desenvolveu-se programas na criação de galinha caipira, houve instalação de cisternas e reforma de casa de farinha. A diversidade de atividades se dá porque, segundo Emiliana Silveira, o projeto social estuda as características de cada localidade, para direcionar as ações. Ao todo, 39 famílias foram beneficiadas.

Associação dos Jovens Agroecologistas Amigos do Cabeço (Joca) atua em Cabeço, interior potiguar — Imagem: Divulgação

O programa é dividido em quatro etapas. A primeira é o diagnóstico, em que os técnicos identificam as características do local a ser beneficiado. Em seguida, há a implementação desses projetos, com a companhamento da empresa. O encerramento é a terceira etapa. Nessa fase, ocorre a formalização dos canais de vendas dos produtos, além da produção de catálogos de práticas desenvolvidas e o monitoramento das atividades por parte da EDPR.

A quarta fase é o acompanhamento, momento em que o desenvolvimento projeto social é monitorado, para garantir sua efetivação. O acompanhamento acontece por até seis meses, segundo Emiliana Silveira.

A especialista em meio ambiente conta que, além das quatro comunidades contempladas neste último pacote, já houve a realização do projeto em outras três, nos municípios de Jandaíra e Parazinho, entre 2017 e 2018.

Para a comunidade rural de Cabeço, além do meliponário foi doado ainda o maquinário para o processamento do mel. A Associação dos Jovens Agroecologistas se prepara para até o final do ano inaugurar a Casa do Mel, para distribuir o produto. Os equipamentos vão ser usados nesse espaço.

A associação tem como objetivo conservar as espécies de abelhas nativas da região, que são abelhas sem ferrão e que produzem um mel diferente do que conhecemos, a abelha Jandaíra. O mel delas é menos doce e tem uma coloração mais clara.

Fonte: G1 RN

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