Sou muito, mas muito fã das discussões de facebook. Sim, acreditem. As redes sociais conseguiram algo que parecia impossível, o de fazer o brasileiro discutir assuntos sérios. E sim, adoro os especialistas de redes sociais.
Muitos me perguntam como aguento aquele “ambiente” de debates inócuos e eu prontamente respondo que nenhum debate é inócuo, seja ele com quem for ou de que nível for. Não me importo em ser xingado, ameaçado (acredite, já fui), cobrado ou ironizado, pois isto faz parte do jogo, quando você realmente abre para os outros aquilo que você realmente pensa.
Hoje, por exemplo, fiz um comentário em uma postagem de um amigo inteligentíssimo que elogiava uma lei, acredito que de Santa Catarina, na qual dava gratuidade, através de um fundo da universidade estadual de lá, para cadeirantes em academias. Meu comentário foi criticando a lei, pois esta dá benefício financeiro com dinheiro público para uma única classe de pessoas, que se difere de outras, não pela sua condição financeira (o que ainda poderia ser questionado), mas sim física, o que para mim não faz sentido. Obviamente que a conversa se expandiu de forma inteligente com ele e com outro amigo que chegou após (com interferência de outro que não usa argumentos, mas ataques pessoais), cada um com seus pontos de vista.
Não entrando nos detalhes da discussão e nem em seu mérito, o que fica claro nestes tipos de discussões para mim, é o quanto ainda falta para o brasileiro entender que a solução dos problemas não está naquele que promove os próprios problemas. Quando eu falo que desejo menos Estado na vida das pessoas, estas pessoas entendem que eu estou dizendo que quero o anarquismo completo. Fui “acusado” de sempre ter podido comprar o que eu podia e por isto eu seria liberal. Primeiro, nunca comprei tudo o que queria e segundo, sou liberal porque estudo o liberalismo e entendo que é a única saída para nações gerarem riqueza e, evidentemente, com isto, poderei comprar aquilo que quero.
Ambos contaram situações em que precisaram financeiramente do Estado para tratamentos de saúde, como se quisessem me provar que eu estava errado em pedir menos Estado e que as pessoas precisam desta intervenção “do bem” em diversos casos. Mas nem de longe eu proponho o contrário. Em todos os autores liberais, dos clássicos aos mais modernos, Locke, Smith, Bastiat, Friedman, Hayek, Mises… todos descrevem o papel do Estado como ente presente na vida daqueles que realmente precisam. E é exatamente isto que falo sempre, em todas as discussões em que o tamanho do Estado ideal está em voga.
Pessoalmente, pensando em algo totalmente moral, o Estado deveria não existir e todas as pessoas serem boas o suficiente para não necessitar de intermediação para conflitos, mas não entro em teses utópicas.
Um deles falou em equilíbrio e que o Estado deveria ser nem tão grande e nem tão pequeno. Eu digo que a luta a favor da diminuição do Estado deve ser diária, deve ser dura, feroz e deve ser de todos, simplesmente porque é a única maneira de se perseguir a liberdade. Cada centímetro que o Estado cresce, é dinheiro teu que deve ser deslocado de cima da tua mesa para os cofres dominados por burocratas que tomarão decisões de como usar o seu dinheiro da forma que estes imaginarem ser melhor. O que sabemos na verdade é que eles não sabem. Cada centímetro a mais, é uma norma, uma regra, uma lei que diz mais o que você não deve fazer do que o que você pode fazer. É um benefício que será dado a mais um burocrata, é mais uma empresa estatal criada para acomodar cargos politicos. Serão mais politicos tendo mais poder em suas mãos para beneficiar aqueles que promovem laços escusos.
“Defendo um Estado pequeno e forte, e o que me parece é que o que vocês têm no Brasil é exatamente o inverso, ou seja, um Estado grande e fraco.”
(Margareth Tatcher)
O Estado grande é o maior causador das desigualdades sociais que vivemos. Ou alguém acredita que os pobres frequentem universidades públicas? É o pobre que recebe as melhores aposentadorias do setor público? É o pobre que tem direito a auxílios moradias, paletós e vales de diárias elevadíssimas em viagens custeadas pelos trabalhadores?
O custo de um Estado gigantesco é financiado todo pelos impostos que atacam a maior parte da renda daquele cidadão mais pobre, que consome todo o seu salário em necessidades básicas, geralmente taxadas em 40%.
A medida que um Estado cresce a liberdade de seu povo diminui.
Aquele que pede mais Estado, pede que o cidadão mais pobre, fique sempre mais pobre. Não existe outra conta a ser feita.
Precisa desenhar?
Eduardo Passaia
Consultor de empresa na área de tecnologia, turismólogo e liberal.
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