Acordo cedo e disposto, fumego café no fogão herdado, promovo a união gastronômica da torrada tradicional com o pretinho da São Braz, partindo na motoca devidamente equipado com a Canon EOS Rebel e suas lentes maravilhosas, para ver/rever/curtir/fotografar Ponta Negra pela milésima vez.
Apontando a sigma 50-500 para ali e alhures, buscando ângulos, detalhes e visões panorâmicas neste turbilhão de possibilidades, relembro a limpeza, lindeza e funcionalidade de algumas orlas que visitei recentemente nessas viagens e expedições pós aposentadoria, reveladoras de espaços públicos bem demarcados, funcionalidades obedecidas e usufruto coletivo sadio e ecológico, posto que a ordem rende vivências positivas e todos ganham com regras bem elaboradas, áreas definidas e higiene a vista.
Apesar de lamentar não ser Ponta Negra assim, relembro da cultura hindu, que em sua avaliação psicológica da existência, traduz nossa mente como macaca, ao pular de galho em galho, buscando prazeres desenfreadamente, reclamando do que vira rotina, ansiando por novidades e, logo, querendo novamente o que já experimentou, num jogo interminável de ações e reações que tornam o ser eternamente insatisfeito e continuadamente peregrino.
É por ser assim que o sapiens viaja muito, come demais, troca de parceiro (a) s, quando está quente quer o frio e vice-versa, apostando na exterioridade das sensações corpóreas e fugindo desesperadamente dos mergulhos interiores, que segundo o hindu, é a âncora para a felicidade duradoura e o remédio para a mente macaca.
E em sendo imperfeito como sou, evoluído só filosoficamente, preso as amarras de maya e escravo da mente macaca, me pego saudoso do caos desta aprazível praia, louco para rever seus ambulantes sem higiene, sua sujeira, falta de regras, sua absoluta e caótica forma de ser, uma mistura de carentes buscadores do pão de cada dia, fiscais caolhos, policiais viciados em smartphone, turistas da CVC, prostitutas, viciados, surfistas, nadadores, famílias, atletas, empreendedores oficiais, tarados, músicos, marombados, todos os tipos, indo e vindo, numa calçada curta, de cor desbotada, enquanto o sol, o céu, o mar e a paisagem, impolutos, incorruptíveis, divinos e maravilhosos, democraticamente se amostram para todos, sem querer saber de raça, crença ou definição futebolística.
Eita vida linda, aqui ou em qualquer lugar, iluminado ou ainda neófito, conhecedor real da vida ou um mero desfrutador, eis a existência pulsando, sendo como ela é, existindo…
Viver, fotografar, mergulhar, escrever, estar com a família, volorar a natureza, a diversidade, espalhar boas energias no ar.
Amar sempre e cada vez mais.
Luzzz.
Flávio Rezende aos vinte e dois dias, mês nove, ano dois mil e dezenove. 11h49.
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Crédito das Fotos: Arquivo Pessoal