Com o objetivo de conversar sobre a alfabetização e sobre a atividade docente que deve anteceder ao processo de aquisição da leitura pelas crianças, a Prefeitura do Natal, por meio da Secretaria Municipal de Educação, promoveu o Seminário de encerramento das atividades do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC 2017) na Rede Municipal de Ensino, na noite desta quinta-feira (19/09), no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure).
Para um público de professores alfabetizadores, coordenadores pedagógicos, gestores e assessores da SME, a programação do evento contemplou palestras, com temas que priorizam o fazer da unidade escolar, seus atores e seu público alvo, os alunos.
A titular da SME, professora Cristina Diniz, destacou o diálogo dos assessores, professores, coordenadores e gestores, favorecendo a troca de experiências e a construção de novos fazeres pedagógicos. Comemorou que o PNAIC foi ampliado para a Educação Infantil para desenvolver a linguagem oral e escrita sem antecipar a alfabetização. “No Ensino Fundamental, o PNAIC aconteceu em 59 escolas, atendeu 466 professores alfabetizadores e quase seis mil crianças. Na Educação Infantil, participaram 389 educadores, de 65 CMEI e 10 escolas com turmas da Pré-Escola. O PNAIC instituiu uma nova dinâmica na rede, com formações articuladas entre a Pré-Escola e os Anos Iniciais”, ressaltou.
A primeira palestra foi conduzida pela professora doutora Maria da Penha Casado Alves, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que conversou sob o tema “A concepção dialógica de linguagem e suas implicações no ensino”. Na ocasião, a professora fez discussões sobre o que é linguagem e como foi pensada; a linguagem historicamente e como se organiza. “Não há como produzir conhecimento, se você não tiver acesso à linguagem. A escola precisa ser espaço que propicia o acesso aos textos, e o aluno tem que estar em situação de letramento permanente”, afirmou a docente.
A coordenadora dessa edição do PNAIC, Régia Maria Silvestre, ressaltou que Natal participou ativamente das seis últimas edições do PNAIC, entre 2013 e 2018. “Não é fácil firmar um Pacto pela Alfabetização, mas compreendemos que durante toda a caminhada o quanto é necessário. Nós que contribuímos com o processo de alfabetização das crianças, sabemos que são muitos os desafios, mas são os professores que estão em sala de aula que sabem o quanto a garantia desse direito é proporcionalmente prazerosa e complexa. Quando o professor está diante do momento que ele descobre que a criança está lendo e escrevendo, sua prática pedagógica atrai sabores, cores e fica recheada de sentidos”. O Núcleo de Alfabetização Com Todas as Letras (NAC/SME) é o responsável pela formação mensal de todos os professores alfabetizadores da Rede.
Já a segunda palestra da noite, com o tema “Práticas de leitura e escrita na Educação Infantil”, foi ministrada pela professora mestre Bárbara Raquel Coutinho Azevedo, do Núcleo de Educação Infantil da UFRN. Para a professora, o objetivo da Educação Infantil não é a alfabetização. “Na primeira infância, muito mais importante do que, por exemplo, ensinar as letras do alfabeto, é familiarizar as crianças, desde bebês, com práticas sociais em que a leitura e a escrita estejam presentes exercendo funções diversas nas interações sociais. A importância do brincar como o eixo do trabalho com a linguagem escrita”, disse.
Abriu o evento, a apresentação cultural do grupo de Balé infantil da Escola Municipal Professora Emília Ramos, formado por 36 alunas, na faixa etária entre seis e 11 anos. O grupo, coordenado pela professora Ceiça Barros, é um projeto na área de Artes, que ao longo dos últimos cinco anos, tem se fortalecido com o apoio dos pais, professores e gestão escolar.
Imagem: Adrovandro Claro
Fonte: Prefeitura de Natal