De acordo com um estudo revelador feito por pesquisadores da Harvard Medical School, 6,5% das mulheres são “estupradas, agredidas ou coagidas” durante a primeira vez em que experimentam penetração vaginal.
O levantamento, publicado no periódico JAMA Internal Medicine, foi baseado em relatos de mais de 13 mil mulheres americanas entre 18 e 44 anos, colhidos entre 2011 e 2017. Quando questionadas sobre a primeira experiência sexual, uma em cada 16 das participantes afirmou que ela não aconteceu de forma consensual. Se o padrão encontrado fosse replicado para toda a população mundial, isso significaria que pelo menos 250 milhões de mulheres sofreram esse tipo de trauma.
Na pesquisa, as entrevistadas recebiam perguntas sobre os tipos de coerção que sofreram. Surgiu de tudo: agressões físicas, uso forçado de álcool e drogas antes do sexo e ameaças verbais (como a chantagem de que o relacionamento terminaria a menos que fizessem sexo).
A idade média delas quando aconteceu era de 15 anos (a das que relataram sexo consensual era 17), enquanto a dos homens que cometeram o ato era 27 anos. Os autores afirmam no estudo que isso aponta para “uma dinâmica de poder tóxica”, já que a maioria delas, adolescentes, teve a experiência com homens adultos, bem mais velhos.
A pesquisa ainda revelou as consequências negativas da iniciação sexual forçada na vida dessas mulheres: elas tendem a ter maiores taxas de gravidez indesejada e abortos, DSTs e problemas com ovulação ou menstruação. Comparadas com as que tiveram uma primeira vez consensual, elas também relataram mais frequentemente o uso de drogas e saúde precária.
Fonte: Revista Superinteressante
Imagem: Nanmulti/Getty Images