Dor ao amamentar, pouca produção de leite, dificuldades para a “pega” do bebê. São várias as complicações que podem surgir na hora do contato mais próximo entre a mãe e a criança em seus primeiros momentos de vida. A amamentação, embora seja um processo natural, pode apresentar diversas surpresas desagradáveis, como transtornos físicos e estruturais para a mulher e o bebê quando não se tem as informações e apoios necessários.
Porém, hoje já existem técnicas e soluções eficazes para contribuir com os processos de nutrição, de criação de vínculo e para minimizar os obstáculos, como aponta a fonoaudióloga Carolina Giácomo, que também é consultora em amamentação e laserterapia em Natal. A profissional explica que para os humanos a amamentação não é simplesmente instintiva. Na realidade, são necessários aprendizados como postura adequada, o que evitar (como chupetas, por exemplo) e até noções de primeiros-socorros.
“A mãe precisa aprender a amamentar e o bebê, a mamar e sempre surgem as mais variadas dúvidas mesmo entre mães experientes. O bebê, que era alimentado pelo cordão umbilical, sem precisar fazer nada, passa a ter que se esforçar para se alimentar. Para se ter uma ideia do quão trabalhoso é, uma mamada no peito movimenta pelo menos 25 músculos diferentes da face”, explica ela.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o leite materno faça parte da alimentação das crianças até dois anos e deve ser alimento exclusivo até os seis meses de vida. Porém, para que isso aconteça, há diversos entraves. Segundo o Ministério da Saúde, entre eles estão posicionamento incorreto, insegurança quanto à quantidade de leite produzido, introdução de chupetas e mamadeiras, falta de apoio da família e retorno ao trabalho. Outra situação que pode acontecer é a disfagia, uma dificuldade na hora de engolir, mais comum entre bebês prematuros ou com síndromes.
Em relação a possíveis tratamentos para questões físicas, a profissional com atuação na capital potiguar destaca a laserterapia, indicada para resolver diversos casos, como os de fissuras (feridas no peito), pois atua tanto para acelerar a cicatrização quanto para o efeito analgésico (alívio da dor). Já para as mulheres que precisam voltar à rotina de trabalho, mas os filhos ainda estão mamando, Carolina explica que há estratégias que possibilitam que o leite continue como alimento exclusivo do bebê ainda que a mãe não esteja presente todo o tempo.
“Nesse caso, o recomendável é aumentar a produção para armazenar o estoque e também aplicar métodos para oferecer o alimento à criança de uma maneira diferente de quando ela está no colo da mãe, o que deve ser acompanhado por um profissional para evitar estresse para os dois e o efeito contrário do desejado como consequência”, conta a fonoaudióloga. Ela também recomenda que a preparação para a amamentação comece ainda durante a gravidez, para que exista tempo para o aprendizado, testes e informações educativas, especialmente quando se trata de “pais de primeira viagem”.
Confira alguns dos benefícios da amamentação de acordo com a OMS:
Para o bebê
1 – O leite materno contém todos os nutrientes e anticorpos essenciais até o sexto mês de vida;
2 – Bebês que foram amamentados têm menos chance de se tornarem obesos ou com sobrepeso no futuro;
3 – A amamentação previne alergias, anemia e infecções respiratórias, como a asma;
4 – Bebês amamentados têm risco menor de desenvolver diabetes tipo II;
5 – Crianças que tiveram amamentação exclusiva até os seis meses tiveram três pontos em média a mais em testes de QI.
Para a mãe:
1 – A amamentação reduz a depressão pós-parto;
2 – O leite materno é acessível;
3 – A amamentação ajuda no controle da natalidade (tem uma taxa de proteção de 98% nos primeiros seis meses);
4 – Tem um efeito protetor contra o câncer de mama e de ovário;
5 – A amamentação reduz o risco de a mulher desenvolver diabetes tipo 2 após a gravidez.
Fonte: Portal no Ar
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