O Rio Grande do Norte já registra neste ano de 2019, o número de 14 pessoas que foram mortas em chacinas. Dentre as 14 vítimas, dez foram assassinadas no município de Touros, litoral Norte do estado. O caso mais recente ocorreu na última quarta-feira, 21, quando seis pessoas foram mortas na cidade.
Segundo dados do Observatório da Violência Letal Intencional (Obvio) no RN, ao todo já ocorreram três chacinas este ano no estado, duas delas em Touros e uma na cidade de João Dias, que fica na região do Oeste potiguar.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, até o mês de agosto, há um acréscimo de 27% no número de pessoas mortas neste tipo de crime. Durante este espaço de tempo, em 2018, ocorreram duas chacinas: uma delas em junho, que terminou com cinco pessoas mortas, no município de Lagoa Nova, região Seridó, e outra no mês de julho, quando seis homens foram vítimas, em Nísia Floresta, Região Metropolitana de Natal.
O primeiro caso em 2019 ocorreu logo nos primeiros dias do ano. Quatro homens foram mortos, em 14 de janeiro, enquanto faziam uma refeição em uma praça de alimentação em João Dias. As vítimas foram surpreendidas por cinco homens em um veículo que efetuaram diversos disparos.
As duas últimas ocorrências de chacinas foram todas neste mês de agosto e no município de Touros. A primeira foi registrada no dia 7, quando quatro jovens foram mortos a tiros na zona rural da cidade. Até então, não foram encontrados suspeitos de terem cometido esse crime. Já na última quarta-feira, cinco mulheres e um homem foram mortos. Entre as vítimas, havia duas menores, uma de 17 e outra de 13 anos de idade.
De acordo com o delegado da Polícia Civil de Touros, João Paulo Cabral, responsável pelas investigações dos últimos casos, existe a possibilidade de as recentes chacinas ocorridas no município terem envolvimento de facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas. Ele informou que a polícia iniciou os interrogatórios na última quinta-feira, 22, e explicou as dificuldades para melhores apurações do caso na região.
“Existe a possibilidade de os crimes serem motivados por facções criminosas e tráfico de drogas. Estamos com nossa equipe em campo trabalhando para apurar o caso. Estive no local da chacina de ontem (quarta-feira). As pessoas da região não tinham tantas informações que acrescentassem na investigação. No local, também por ser um conjunto novo, as residências não costumam ter câmeras, mas já iremos interrogar o marido de uma das vítimas, dando início aos interrogatórios”, contou o delegado à reportagem do Agora RN.
Uma das vítimas da última chacina, Marise Melo da Costa, 29, conhecida como “Ninha”, havia sido presa recentemente por tráfico de drogas na Operação Aquiles, em que foram detidas, além dela, outras seis pessoas. De acordo com informações, Ninha também fazia parte de uma facção do RN.
O delegado não revelou mais detalhes por ainda estar em fase de averiguações, mas a polícia deverá seguir a linha de investigação voltada para possibilidade de que as motivações dos crimes tenham associação com facções criminosas e tráfico de drogas.
Fonte: Agora RN
Imagem: José Aldenir