O Porto de Natal não terá scanner para inspecionar os contêineres refrigerados durante o primeiro mês da safra de frutas, prevista para iniciar em setembro. Essa medida vinha sendo esperada desde a apreensão de mais de 3 toneladas de cocaína junto a cargas de frutas no Porto de Natal.
Segundo informou nesta terça-feira, 20, Luiz Roberto Barcelos, executivo principal da Agrícola Famosa, o equipamento será alugado pelos exportadores, em pareceria com o armador, e custará R$ 200,00 por inspeção, totalizando por volta de R$ 500 mil por mês. E só deverá ser instalado a partir de outubro em data ainda não confirmada.
“Esse foi o arranjo encontrado para suprir a impossibilidade da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) de adquirir ou alugar o scanner”, afirmou Luiz Barcelos.
Acrescentou que a Codern até propôs aos produtores para que eles adquirissem o equipamento, mas a decisão foi alugar dentro do que hoje já acontece em outros portos do Nordeste. A aquisição de um scanner custaria acima dos R$ 11 milhões.
CONTÊINERES CHEGANDO
No último sábado, 17, começaram a ser deixados em terra os primeiros contêineres “reefers”, que possuem um sistema de refrigeração capaz de manter a temperatura interna de -35°para a conservação da frutas. Cada um deles têm 12 metros de cumprimento (40 pés) e capacidade para transportar até 22 toneladas.
Dos 570 contêineres que desceram no sábado, aproximadamente 340 ficaram no porto para se somarem a outros a serem deixados pela próxima escala da CMA/CGM. É o estoque já visando os primeiros embarques da safra, quando quase mil contêineres passarão a ser movimentados semanalmente pelo Porto de Natal.
Por enquanto, grande parte da movimentação é de um tipo de contêiner menor, de seis metros de cumprimento (20 pés), ovados com sucata de ferro para a Europa, muito mais pesados do que o maiores carregados de frutas.
COCAÍNA A BORDO
Em meados de fevereiro deste ano, duas operações conduzidas pela Polícia e Receita Federal apreenderam 3,3 toneladas de cocaína no Porto de Natal. Diante de outras apreensões feitas na Holanda e uma menor de drogas feita anteriormente na Espanha, que também teriam saído daqui, a CMA/CGM ameaçou cessar suas operações no RN.
O scanner, que a Codern tentou diversas vezes adquirir desde 2007 em gestões junto à Secretaria dos Portos, é necessário para que revele a presença da carga ilícita sem necessidade de abrir contêineres, o que comprometeria a carga de frutas. Sem ele, a vulnerabilidade fica ainda maior no Porto.
Fonte: Agora RN
Imagem: PF