Macri, o falso liberal?

O presidente Jair Bolsonaro aponta para Mauricio Macri em uma visita a Buenos Aires em junho - Foto: AGUSTIN MARCARIAN / Reuters

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O momento da Argentina é preocupante. Preocupante para seu povo que há décadas vem sendo enganado por uma política populista e que agora mostra seus “frutos”. Preocupante porque aquele Macri, que foi eleito com um discurso reformista e liberal, pouco fez para que o discurso se tornasse realidade. 

Traçando um paralelo com o Brasil, estamos hoje, vivendo o mesmo que os hermanos viveram no pós eleição do Macri. A vitória do Bolsonaro, com uma equipe econômica qualificadíssima e pronta pra batalha trás aos que compreendem a necessidade de virar a chave para uma política econômica séria e longe do paternalismo e do estatismo, uma esperança em dias muito melhores, que farão o Brasil entrar no Mundo economicamente civilizado. E os sinais dados pelo governo, pelo menos na economia, são ótimos: reforma da previdência em curso, MP da Liberdade Econômica aprovada, vontade plena de iniciarmos uma reforma tributária, quebra do monopólio do gás, projeto de privatizações andando e outras tantas ações e propostas que nos fazem crer que o caminho está correto. 

Mas claro que cabe a pergunta dos menos avisados: mas por que esta política não deu certo na Argentina? 

A resposta é muito, mas muito mais simples do que se possa imaginar. Esta política não foi implantada na Argentina. Afinal, quais destas medidas foram implantadas efetivamente naquele país? Quais reformas estruturantes foram feitas de maneira categórica por lá? Nenhuma. 

A Argentina, por incrível que pareça sofre mais do que o Brasil com relação a governos populistas. Quebrar esta cultura não é fácil. A imagem de papai presidente ou mamãe, que tudo dá a seus filhos, não é simples, principalmente quando temos décadas e décadas deste tipo de prática. Gastar muito mais que arrecada e dar calote não é prática rara no país vizinho, já foram 8, dentre os quais, o maior da história mundial, em de 2001 com mais de US$ 95 bilhões não pagos em seu vencimento. 

Foram décadas entre o peronismo e o kirschnerianismo que assolaram a capacidade fiscal dos nossos vizinhos, mas a imprensa “especializada” e os incautos tratam a crise argentina como culpa de um liberalismo não existente. O mau caratismo descarado está mais que claro, no simples fato de “esquecerem” como a situação econômica do país estava antes da eleição do Macri. Em 2012, a imprensa foi proibida pela presidente Cristina Kirschner, de divulgar a taxa de inflação do país.  

O que podemos dizer da culpa do Macri, é exatamente de que ele não praticou na economia, com reformas e ações, o que ele propôs em discurso de campanha. E é exatamente neste ponto que vejo a grande diferença entre ele e o governo do presidente Bolsonaro. Aqui, mesmo aos trancos e barrancos, as coisas estão andando. 

Que sirva de alerta para nós que, não se deve ser condescendente com gastos públicos descontrolados, afinal, Macri nos mostrou que dinheiro público não aceita gradualismo. 

Eduardo Passaia

Consultor de empresa na área de tecnologia, turismólogo e liberal.

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Crédito da Foto: AGUSTIN MARCARIAN / Reuters

 

 

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