O amarelado do Super Nintendo na foto acima é marca de uma época a qual muitos de nós vivemos. Era quando guardávamos aquela grana do lanche pra comprar algumas fichas no fliperama perto da Catedral, quando passávamos algumas horas dentro das locadoras jogando aquele lançamento, onde não podíamos derrubar o joystick, se não eram 15 minutos a menos de jogatina, ou quando madrugávamos uma sexta feira, em frente à locadora para alugar aquele jogo tão aguardado e devolvê-lo só na segunda.
O livro Memorial Locadoras & Fliperamas conta como era esse mundo. Através dos olhos do próprio autor e de dezenas de proprietários, funcionários e clientes destas incríveis máquinas de entretenimento (e caçadoras de fichas), fazemos uma verdadeira viagem no tempo e que o JOL RN teve o prazer de experimentar nessa agradável conversa que tivemos com o autor, Abrahão Lopes.
JOL: Como surgiu a ideia de escrever um livro contando toda a história das locadoras e fliperamas do Estado?
Abrahão Lopes: A gente está vivendo um momento de muita nostalgia dos anos 80 e 90 e, ao consultar a internet, vendo muitos sites e canais do YouTube falando sobre o assunto, me deparei com materiais de Ítalo Chianca, autor de vários livros contando a história da infância dele na cidade de São José do Seridó, e eu me identifiquei muito com esse material, lembrei também da época em que eu frequentava as locadoras, então tive o desejo de escrever também esse material. Eu já tive um Blog há alguns anos, onde eu escrevia minhas histórias, mas fazia tempo que o havia abandonado, não quis reativar o blog e resolvi escrever em formato de livro.
Também tive outras fontes de inspiração. Um dos incentivos foi que, durante as aulas com meus alunos no IFRN, eu percebia que, em uma atividade que dava em sala de aula, pedi para eles fazerem um programa que fosse referente à uma locadora e eles não sabiam o que era uma locadora. Então resolvi contar essas histórias, para que aquela época que a gente viveu não se perdesse.
JOL: Quer dizer que essa geração não tem ideia do que é uma locadora?
Abrahão: A maioria deles, alunos de 12/13 anos, até um pouquinho mais velhos, já nasceram numa era totalmente digital. Com maior facilidade de acesso ao celular, ao computador, e também com o aumento da violência, os pais tendem a deixar as crianças mais em casa. Então aquilo que a gente viveu nos anos 1990 e início dos anos 2000, a geração de hoje não tem mais esse contato. E, por isso, achei importante contar a história de como era na nossa época.
JOL: Sobre o livro, tem alguma história, algum caso, que você gostaria de destacar aqui, só para atiçar mais a curiosidade dos leitores?
Abrahão: Tem muitas histórias contadas, tanto por mim como pelos colaboradores, foram mais de 40 pessoas que contaram as suas histórias, e eu transformei neste registro. Tem uma minha que eu gosto de lembrar. Foi quando eu resolvi fazer a minha própria locadora, eu frequentava muitas e então pensei: “Poxa, então agora é minha vez de ganhar meu dinheirinho!” Eu tinha só um videogame, pegava uma televisão, colocava na área de casa e convidava os meninos da rua pra jogar lá. Era interessante ver o outro lado, eu conhecia o lado de cliente, por frequentar muito as locadora, mas agora conhecia o lado de ser o dono da locadora. E aí tinha o pessoal que queria trocar jogo, que reclamava que perdia, que o controle tava ruim. Então esse lado de dono de locadora eu pude vivenciar.
JOL: Aquilo de derrubar o controle e perder 15 minutos…
Abrahão: É… isso é clássico (risos)
JOL: Você agora está fazendo o trabalho de divulgação e lançamento. Daqui você vai para Ceará-Mirim. Como está sendo a divulgação e a recepção do público sobre o seu trabalho?
Abrahão: Lá em Ceará-Mirim estou participando da 1ª Feira de Livros e Quadrinhos, que acontece na Biblioteca Municipal, é um evento aberto pra todo mundo, a comunidade escolar tem ido bastante participar. Tem sido bom reencontrar velhos amigos que viveram comigo esse período. Ontem foi um momento bem bacana, reencontrei vários deles, podemos relembrar muitas histórias, algumas entraram no livro, outras não, mas estão na nossa memória.
JOL: É um livro de pura nostalgia. Quer deixar um recado para nossos leitores?
Abrahão: Convido todos os leitores a conhecer o livro Memorial Fliperamas & Locadoras, ele está disponível em formato digital na Amazom, e quem desejar ter a versão impressa pode entrar em contato direto comigo que terei prazer em atender. Convido para o lançamento em Mossoró que vai ser no dia 25 de agosto, na faculdade Pitágoras. Quem quiser participar eu estarei por lá.
Quem quiser entrar em contato com o autor, Abrahão Lopes, pode mandar uma mensagem para o seu e-mail, ou através das redes sociais, pelo Twitter, Facebook ou Instagram. Também pode acessar o seu site e conhecer mais sobre o autor.