O município de Natal tem registrado em 2019 uma média de 1.2 assalto por dia aos ônibus que trafegam pela cidade. O cálculo foi feito tomando-se como base os dados da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) do Rio Grande do Norte, que apontaram, somente neste ano, 170 ocorrência de roubos aos transportes coletivos.
De acordo com a Coine, em 2018, até o final do mês de junho, 215 transportes coletivos haviam sido assaltados, durante seu percurso por Natal. Em analogia com o mesmo tempo, no ano de 2019 foram registrados 170 casos de roubos, o que representa a queda de 21% na quantidade referente ao ano anterior.
Conforme informado pelo Sindicato dos Trabalhadores e Transportadores Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro), os locais de maior periculosidade e índice de assaltos são na Avenida Bernardo Vieira, umas das principais vias de ligação das zonas Norte e Oeste da capital com a zona Sul, na rua Mário Negócio, localizada na zona Oeste, e em frente ao Centro Clínico da Hapvida na zona Norte, localizado no Igapó.
Apesar da queda, o diretor de imprensa e divulgação do Sintro, Rubens Pereira, afirma que os motoristas ainda se sentem inseguros, chegando a cogitar, em alguns momentos, mudar de carreira profissional. Ele também conta que profissionais que sentem a necessidade, buscam o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) Regional de Natal, para fazer o tratamento pelo choque emocional de sofrer o assalto.
“Muitos motoristas até pensam em mudar de profissão, porém observam o desemprego crescendo e tentam manter o que eles têm. Os motoristas passam o trauma por dez dias em casa, muitos procuram o Cerest pra se tratar e retornar aos trabalhos”, contou.
De acordo com Rubens, a maior reclamação por parte dos motoristas, é a não utilização das câmeras instaladas nos coletivos na divulgação dos roubos. O diretor de imprensa se queixa da serventia do monitoramento por imagens.
“O maior motivo de revolta dos motoristas é que as empresas não divulgam os assaltos nos ônibus; que as câmeras não têm este objetivo de passar segurança por está filmando. A câmera serve somente pra punir os trabalhadores e nada mais. Sempre que se procura para esta finalidade [segurança], não está funcionando. Agora, qualquer erro do motorista as câmeras funcionam”, reclamou Rubens Pereira.
Mesmo com os números decrescentes em Natal, cidades da Região Metropolitana vão na contramão da capital. Ainda de acordo com a Coine, Ceará Mirim e Parnamirim sofreram acréscimo, de, respectivamente, 200% e 31% na quantidade de assaltos à ônibus. Já outras cidades como Nísia Floresta e Goianinha, apresentaram este ano, seus primeiros casos de roubos a coletivos desde 2018.
Fonte: Agora RN
Imagem: José Aldenir