Bem-vindo ao Mundo 4.0 – Por Diego Rio Grande

Robôs - Foto: Reprodução / Redes Sociais

Domenico de Masi é mundialmente conhecido por ser uma referência quando o assunto é ócio criativo.

Mas o que significa “ócio criativo”? Seria sinônimo de preguiça, paralisação ou de se jogar sobre um sofá para nada fazer?

Não. Definitivamente.

De acordo com o sociólogo italiano nascido em Rotello, o ócio criativo significa fazer três coisas concomitantemente:

  • Trabalhar

  • Estudar

  • Divertir-se

Por meio do trabalho gera-se riqueza e potencializa-se o aprendizado. Ao estudar, cria-se conhecimentos. Divertindo-se, o bem-estar é estimulado.

Logo, tornar-se rico, nesta perspectiva, não está na contramão da diversão, porém basea-se no conhecimento adquirido ao longo da existência por meio de estudos constantes. Seria algo semelhante ao que os mais famosos YouTubers mundiais fazem hoje!?

Essa condição é um privilégio de poucos, segundo Domenico, pois o ócio criativo é algo intrínseco àqueles que se utilizam dos recursos do trabalho intelectual. Não é uma realidade para trabalhadores que sobrevivem de serviços físicos, estressantes e perigosos.

Este conceito também não se encaixaria à época industrial da produção de base taylorista/fordista, monumentalmente retratada na eterna obra Tempos Modernos, de Charles Chaplin.

Todavia, com os avanços da 3ª Revolução Industrial, a partir dos anos de 1970, as novas tecnologias da robótica passaram a desempenhar funções outrora realizadas por braços humanos, gerando desemprego estrutural em grande parte do mundo, porém liberando alguns indivíduos para atividades que exigem maiores complexidades emocionais, cognitivas e criativas, exaltando o ócio criativo como condição sine qua non (sem a qual não se faz) para avanços vindouros.

No entanto, agora a dúvida se dá sobre o futuro do ócio criativo. Será que assim como as atividades mais simples, repetitivas e monótonas, típicas da 2ª Revolução Industrial, que foram substituídas por robôs, a 4ª Revolução Industrial, em curso, também projetará novas tecnologias capazes de assumir a função criativa e de sensibilidade do homem?

O fato é que o meio ciberfísico é real e presente. A grande transformação está calcada nas neurotecnologias e na engenharia genética; áreas ainda desconhecidas pela grande população mundial, mas em constante evolução nos espaços acadêmicos e em pólos tecnológicos de poderio global.

Uma verdadeira mudança de paradigma para a sociedade, ou seja, algo muito além de um simples avanço técnico-científico e informacional. Assim, não se trata de uma continuidade da 3ª Revolução Industrial, mas uma ruptura com tudo aquilo que hoje conhecemos.

Emerge, assim, o conceito de “fábrica inteligente”, com a utilização da inteligência artificial como eixo de conexão de redes autocontroláveis.

De acordo com David Ritter, CEO do Greenpeace Austrália/Pacífico,

O futuro do emprego será feito por vagas que não existem, em indústrias que usam tecnologias novas, em condições planetárias que nenhum ser humano já experimentou”.

Seria o fim do ócio criativo ou a ascensão de sua versão 4.0?

Bem-vindo ao novo mundo!

Prepare-se para o desconhecido e avante!

 

 

Diego Rio Grande

Prof. de Ciências Humanas e Coach Educacional

coachdiegoriogrande@gmail.com

@diegorgcoaching

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