GERALDO SANTOS
Faleceu recentemente em Natal o cidadão Geraldo Ramos dos Santos, que foi, num passado recente, um dos empresários mais atuantes no mercado automobilístico do nosso Estado. Cearense de Aracati, veio p´ra cá ainda jovem, para trabalhar na firma M.Martins & Cia, que revendia os caminhões International e tinha sede na esquina da Tavares de Lira com Frei Miguelinho, aqui nesta Velha Ribeira, onde estavam instaladas todas as revendas autorizadas de automóveis, então existentes nesta Capital. Posteriormente, com os irmãos Francisco Porto e José Santos, Geraldo fundou a firma Santos & Cia., que passou a revender os veículos fabricados pela Willys Overland, entre os quais destacavam-se o “Jeep” e a famosa Rural Willys, de grande aceitação no mercado.
Mais adiante, em sociedade com os irmãos Torres, de Caicó, constituiu a firma Santorres, revendedora dos caminhões Mercedes-Benz. A Santos & Cia. Tinha sede aqui no velho bairro, na av. Tavares de Lira, mas suas oficinas e posto de lavagem funcionavam no Alecrim, esquina da avenida Alexandrino de Alencar com rua Fonseca e Silva.
Depois, vieram os automóveis franceses Dauphine e Gordini, distribuidos no Brasil pela Willys e muito populares, na época. A berlineta Interlagos, derivada do Renault Alpine, um carro pequeno e muito veloz, teve poucas unidades aqui comercializadas.
Anos mais tarde, quando a Ford adquiriu as operações da Willys no Brasil, Geraldo fez construir modernas instalações na Av. Salgado Filho, com o nome de Santos & Cia (filial), a nova concessionária daquela marca, em Natal. Sob a gerência do hoje editor deste Caderno Autos & Motores, Fernando Siqueira, os automóveis Corcel, Del Rey – e peruas derivadas – Aero Willys, Itamarati, Maverick e Ford Galaxie, elevaram Santos & Cia a uma posição de destaque no ranking local de vendas e a empresa chegou à liderança na comercialização de caminhões de baixa tonelagem, com os Ford F-350 e depois F-4000.
Homem de grande prestígio, no comércio e na política, seu escritório da avenida Tavares de Lira era ponto de encontro – para conversas informais e com frequência quase diária – de pessoas influentes, autoridades, profissionais liberais e empresários, dentre os quais o Governador Aluízio Alves, de quem foi grande amigo, o Prefeito Agnelo, o General Ulisses Cavalcanti, o folclórico e irreverente Salviano Gurgel, o professor Alvamar Furtado, entre outros. Pode-se dizer que algumas importantes decisões políticas foram tomadas ali, em meio àquela informalidade…
Quando retirou-se dos negócios, Geraldo morou por uns tempos numa propriedade nas cercanias da vila do Pium, Grande Natal, logo após o empreendimento Alphaville.
Mas, nos últimos anos, voltou a morar em Natal e quando fez a derradeira viagem, estava no seio da família.