O Rio Grande do Norte registrou, em 2018, 254 novos casos de hanseníase, doença popularmente conhecida como “lepra”. Com esse número, o estado potiguar manteve uma média de 200 a 300 novos ocorrências por ano, segundo dados estaduais.
De acordo com a subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica do Rio Grande do Norte, os números ainda preocupam e requerem atenção da população e dos agentes de saúde.
“No ano passado, nós tivemos 254 casos notificados, dos quais nós conseguimos obter em todo o estado uma média de 81,6% de cura desses casos, fora os contatos examinados que também, na maioria das regiões de saúde, foi satisfatório. Nos preocupar, sempre irá nos preocupar, porque é um agravo milenar e de notificação compulsória, porém dentro do quadro que o estado apresenta nos últimos cinco anos, se mantém dentro mesmo quantitativo”, divulgou a subcoordenadoria.
A transmissão da doença ocorre por gotículas de saliva, presentes na fala e na respiração, de uma pessoa doente e que conviva há anos com uma não doente. Vale ressaltar que a transmissão pode ser interrompida com medicação e tratamento correto.
A dona de casa Valdilene Cardoso da Silva, de 40 anos, do bairro Felipe Camarão, identificou a hanseníase ainda no início da infecção, mas relata que se preocupou com danos físicos ao descobrir uma gravidez durante o tratamento. Hoje está curada e sem sequelas.
“Eu morava na casa de uma tia minha, que tinha muita gente e eu sempre via eles com a pele manchada. Mas só que eu achava que pudesse ser “pano branco”. Só que pano branco coça, né? E essa mancha que eu via em minha pele era uma mancha que não doía, que não coçava, nem nada. Aí eu fui pra médica e ela falou (o diagnóstico de hanseníase). Ai eu comecei o tratamento, só que no terceiro mês eu parei porque eu engravidei. Só que eu voltei na médica e ela falou: ‘isso não tem nada a ver com a gravidez. Você pode tomar esse remédio, não te vai prejudicar em nada, continue o tratamento’. Aí passei seis meses (no tratamento) e me curei”.
A hanseníase é um dos problemas de saúde pública que atinge cerca de 150 países em todo o mundo. O Brasil, que chegou a registrar 26.875 novos casos somente em 2017, ainda luta para deixar a incômoda segunda posição deste ranking. O conhecimento das causas e sintomas, unidos a um diagnóstico precoce, pode evitar o avanço da doença e possíveis sequelas, que vão desde a perda de sensibilidade até a deformação de membros como mãos e pés.
Fonte: Agora RN
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