Lançado em 1993 e produzido pela Interplay Productions e Silicon & Synapse (atual Blizzard Entertainament), Rock and Roll Racing (multi) se tornou um clássico absoluto dos 16 bits.
Com uma jogabilidade marcante e gráficos isométricos, o jogo logo caiu nas graças do público, sendo eleito como o “Melhor jogo de Corrida de 1993 (Best Driving Game)” pela revista Electronic Gaming Monthly em 1994.
O jogo consiste em um campeonato interplanetário de corrida onde não havia regras. Era permitido bater, atirar e explodir o seu adversário, sem dó nem piedade, tudo para conseguir o título interplanetário e se tornar o melhor piloto do universo.
O uso de gráficos isométricos não seria nenhuma novidade, jogos parecidos já haviam surgido antes, como o R.C. Pro-AM do Master System, desenvolvido pela Rare em 1988. Porém o RRR teve um “algo a mais” que o fez ser tão amado, uma rica trilha sonora e personagens carismáticos.
Quase uma continuação
Antes da produção do RRR, houve um jogo pro Snes chamado RPM Racing, que foi a base para que Rock’n Roll fosse concebido.
A priori Rock and Roll Racing iria ser uma continuação direta deste jogo e iria se chamar RPM Racing 2, porém a equipe de produção resolveu mudar tudo e criar um novo jogo. Então, o resto da história nós já conhecemos.
Velocidade, explosões e Rock ‘n’ Roll
Uma coletânea de clássicos do Rock and Roll regia a carnificina dentro da pista, em uma época que o rock estava em alta, com Guns ‘n’ Roses, Scorpions, Iron Maiden, liderando os top hits de todas as rádios e fitas cassetes dos carros.
Jogávamos cantarolando com muita felicidade clássicos como Highway Star do Deep Purple, Paranoid do Black Sabbath, Born to be Wild do Steppenwolf, entre outros. Quem sabia a letra podia até cantar em cima da melodia enquanto metia chumbo nos corredores adversários.
Uma gama de personagens carismáticos abrilhantaram o jogo, tanto os heróis como os vilões. Dentre os heróis tínhamos: Snake Sanders, Cyberhawk, Ivanzypher, Katarina Lyons, Tarquinn e Jake Badlands. Eram eles os personagens jogáveis, cada um representando um planeta e com habilidades diferentes.
Alguns desses personagens foram baseados em grandes astros do rock. O terráqueo Snake foi inspirado no vocalista do Whitesnake, David Coverdale; já o Jake Badlands fazia uma clara alusão ao ex-guitarrista de Ozzy Osbourne, Jake E. Lee, o qual tocava na banda Badlands na época do jogo; e o Cyberhawk era uma homenagem à capa do disco Screaming on Veagance do Judas Priest.
Uma curiosidade neste jogo era que podia-se habilitar o personagem Olaf para jogar. A Blizzard foi desenvolvedora de outro grande clássico, o The Lost Vikings, no qual Olaf era um dos principais personagens deste jogo, e foi colocado como um personagem secreto no RRR. Para habilitá-lo na versão do Super Nintendo basta acessar a tela de seleção dos pilotos, manter pressionado L+R+Select e ficar apertando o direcional para direita até que Olaf apareça.
Uma voz marcante rege a ação
Um dos melhores momentos deste jogo é a sua narração, afinal quem nunca repetiu a frase “Let the carnage begin” antes do início de cada corrida? Pois o autor desta voz marcante é Larry Huffman, o supermouth (superboca), apelidado assim pelo Los Angeles Times por conseguir falar mais de 300 palavras em um minuto.
Sua narração fazia toda a diferença nas corridas, capaz de trazer vários sentimentos, como raiva quando rodávamos o carro numa poça de óleo (Spin out), alegria quando dizia que nosso personagem estava dominando a corrida, e até gargalhadas quando ele falava que o seu player dois estava perdido pelo caminho, o famoso “looks lost out there”. E nada era mais reconfortante quando o Larry anunciava o nome do seu personagem como vencedor, era a glória!
Um Remake e uma batalha judicial
Em 2013 a empresa russa, Yard Team, fez um Remake 3D não licenciado do jogo, batizado de Motor Rock.
Porém, por questões de direitos autorais da trilha sonora e muita reclamação da Bilzzard, este projeto acabou sendo removido da Steam, por conta disso, a empresa russa resolveu liberá-lo de forma gratuita pela internet.
Ano que vem este clássico irá completar 25 anos de vida e, mesmo após todos esse tempo, o jogo continua sendo divertidíssimo, inclusive para os mais novos que não tiveram a chance de jogá-lo na época. A diversão é certa.
Rock and Roll Racing é um daqueles jogos que não cansa, jogando sozinho ou no multiplayer, ele ainda consegue nos dar a mesma alegria que tínhamos jogando há mais de 20 anos. É como vinho, só melhora com o passar do tempo.
Revisão: João Paulo Benevides
Originalmente publicado em GameBlast