A Receita Federal de Pernambuco realizou nesta sexta-feira (21) o que é considerada a maior apreensão de drogas da história do complexo portuário de Suape, no Grande Recife (PE). Foram encontrados 808,2 quilos de cocaína em meio a uma carga de bananas.
A apreensão foi feita graças a um scanner e à atenção da Receita Federal. Fiscais vistoriavam três contêineres usados para exportar bananas para a Bélgica, quando perceberam algo anormal. Ao fazerem uma vistoria minuciosa, encontraram a droga bem armazenada e pronta para o embarque.
“Vimos que, em algumas caixas, havia tabletes da droga, até então não identificada. Não havia drogas em todas as caixas. O material estava muito bem embalado, em sacos plásticos e envolto em pó de café [na tentativa de despistar cães farejadores]. Esta foi a maior apreensão de cocaína da história do Porto de Suape”, afirmou o delegado da Alfândega, Carlos Eduardo Oliveira, à reportagem do G1.
Por enquanto, a identidade do dono da carga não pode ser repassada para não atrapalhar as investigações.
O recorde em apreensão de cocaína no Porto de Suape era de 2011, quando 530 quilos da droga estavam em uma carga de gesso.
NATAL
No Porto de Natal, as sucessivas apreensões de drogas ocorridas este ano já provocaram prejuízos à economia do Rio Grande do Norte, chegando a paralisar até as atividades da empresa CMA CGM, que exigiu medidas de segurança do Porto de Natal para coibir o tráfico de drogas por meio do terminal.
Por não possuir um scanner, o trabalho dos fiscais da Receita no Porto de Natal é bem mais difícil. Uma carga de 1 tonelada de cocaína foi apreendida em meio a um carregamento de mangas no porto potiguar no dia 13 de maio desse ano.
Um mês antes, em abril desse ano, a polícia holandesa apreendeu 2,4 toneladas de cocaína no Porto de Roterdã. A droga foi encontrada dentro de contêineres com um carregamento de frutas que embarcou no Porto de Natal.
Ao todo, somadas outras apreensões, o volume de cocaína apreendida no terminal potiguar passa de 10 toneladas.
MPF
O assunto é alvo de um inquérito civil em andamento no Ministério Público Federal (MPF), aberto após representação da Receita Federal, que denunciou a falta do equipamento.
O Ministério Público Federal (MPF) reforçou o pedido à Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) para que preste informações quanto às providências que estão sendo tomadas com vistas à aquisição e entrada em operação de um escâner de contêineres no Porto de Natal. O objetivo do equipamento é impedir, sobretudo, o tráfico de drogas, já que toneladas de cocaína foram apreendidas no local, nos últimos meses.
SCANNER
A aquisição de um scanner para o Porto de Natal, segundo o presidente da Codern, gira em torno de R$ 11 milhões. “O que nós estamos fazendo é buscando parcerias com os atores envolvidos nas exportações de cargas, os fruticultores, operadores portuários, os armadores, no sentido de se obter uma parceria que possibilite a obtenção desse scanner adequado para o porto”, disse o diretor-presidente da Codern, Elis Treidler Öberg, durante uma entrevista no mês passado à rádio 91.9 FM.
Fonte: Grande Ponto
Imagem: Receita Federal