Os casos confirmados de arboviroses, que incluem dengue, zika e chikungunya, mais que triplicaram em Parnamirim nos cinco primeiros meses deste ano, com relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semad), até o final de maio de 2019, foram registrados 125 casos dessas doenças em Parnamirim. De janeiro a maio de 2018, foram 33 registros. O aumento é de 278%.
Segundo o diretor do Sindicato dos Agentes de Saúde do Rio Grande do Norte (Sindas) Michael Borges, um dos principais motivos para este crescimento em Parnamirim é a baixa quantidade de agentes disponíveis para combater as doenças, e também a ausência de equipamentos para trabalhar.
“Existe um grande déficit de pessoal. Temos um enorme número em Parnamirim de áreas descobertas. O grande problema é falta de pessoal e de equipamentos de trabalho. Há algum tempo, os agentes que trabalham em campo no combate às epidemias não recebem materiais básicos para exercer o trabalho”, contou.
No tocante à contaminação pelos arbovírus, os casos de dengue são os que mais se destacam. Dentre os 125 confirmados, 101 correspondem ao vírus da dengue, com crescimento de 71 ocorrências quando comparado ao ano anterior. Casos de chikungunya e zika tiveram menos registros, mas com crescimentos relevantes. Os números apontam que a chikungunya teve uma quantidade equivalente a 24 casos, sendo 21 apenas em 2019. Já sobre o arbovírus da zika, dois casos foram registrados, porém, todos apenas na última semana.
O coordenador de Vigilância em Saúde de Parnamirim, Moisés Campos, afirmou que o problema também é de responsabilidade da população. Ele exaltou a organização da Secretaria de Saúde, e, assim como Michael Borges, criticou o baixo número de agentes disponíveis atualmente.
“Tem que ter o apoio populacional nessa causa. A população não vem nos ajudando. Permanecem casos de pessoas jogando os lixos nas ruas. Nem o básico, que é colocar o lixo para a coleta domiciliar, estão colocando. Nós estamos bem estruturados, temos divisões organizadas, mas falta pessoal para cobrirmos todas as áreas de Parnamirim”, relatou.
Uma das soluções colocadas em questão para tentar conter esta infestação é o carro fumacê. Mas, segundo Moisés, o veneno inseticida espalhado é considerado prejudicial à saúde e só pode ser utilizado em casos de “último recurso”.
“Ultimamente estamos com algumas restrições. Estamos analisando quais áreas estão em situações mais emergenciais para fazer o envio do fumacê”, encerrou.
Fonte: Agora RN
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