Como assim, Diego? Há anos ouço as pessoas me dizendo: “tenha uma meta na vida! Mantenha o foco na meta! Caminhe em direção à sua meta!” E agora você me diz que alcançar a meta pode ser uma furada!
Pode sim. Por isso é bom refletir bastante antes de sair por aí traçando metas de vida!
Vou lhe contar uma breve história de um amigo, que aqui o chamarei de K.
K. sempre foi um cara comunicativo, inteligente e bastante proativo. Desde cedo se mostrou convicto da profissão a seguir e o estágio a ser alcançado: trabalhar com relações públicas em grandes empresas transnacionais. Findou o ensino médio; partiu para a universidade, graduou-se e fizera várias especializações na área de Comunicação Social.
Formou-se.
Foi à luta por trabalho.
Conseguiu.
No entanto, com as palavras dele, tornou-se “escravo de sua própria competência”. K. se mostrava incrivelmente capaz de realizar o seu trabalho. Disputadíssimo no mercado de trabalho, transitava entre as várias unidades da empresa a qual trabalhava: Brasil, Alemanha, Estados Unidos, Japão e muitos outros países faziam parte do seu cotidiano. Passou a ganhar dinheiro, reconhecimento, prestígio e a se sentir triste e incompleto.
“Triste e incompleto com dinheiro e perspectivas?” Talvez você não entenda e deva estar se questionando!
Sim. K. se tornou infeliz.
Vou transcrever aqui algumas palavras de nossa conversa onde ele me relatou o porquê dos sentimentos de tristeza e infelicidade:
“Diego, eu alcancei a minha meta que era ser um profissional de RP com alto nível de qualificação e reconhecimento. Era para estar feliz e radiante, mas não estou. Esqueci de algo que hoje entendo ser fundamental: esqueci de me perguntar se a meta se encaixaria no perfil de pessoa que sou e se esta meta também traria benefícios para as pessoas mais próximas a mim; estas que realmente importam em minha vida!”
Confesso a você que quando esse papo aconteceu, não entendi muito a frustração, pois ainda não era um estudioso do comportamento humano e suas nuances.
Porém hoje, depois de anos em sala de aula e atuando como coach educacional, consigo compreendê-lo em seus sentimentos.
A meta bem estipulada é aquela baseada em nosso autoconhecimento, aspirações e na capacidade de atingir positivamente as pessoas queridas por nós.
K. traçou a sua meta sem levar em consideração os seus valores, as suas reais necessidades, as perdas e os ganhos, o preço a pagar, a missão e o alinhamento com o seu propósito de vida. Confundiu profissão com carreira. A primeira é relativa ao trabalho; a segunda, à existência.
Abandonou área de relações públicas.
Se autoconheceu pela dor. Caiu. Sobreviveu. Aprendeu. Levantou. Seguiu.
Recentemente conversamos e ele está super bem!
É cineasta!
E você? A sua meta está alinhada com a sua essência e com os seus maiores objetivos aqui neste planeta? Pense nisso!
Você merece uma vida feliz e bem vivida!
Diego Rio Grande
Prof. de Ciências Humanas e Coach Educacional