Quantas vezes você leu as políticas de privacidade e termos de uso de sites e aplicativos? Se a sua resposta não foi “todas as vezes”, saiba que a sua segurança digital pode estar em risco. Com o avanço da tecnologia e a presença massiva da Internet no dia a dia, alguns cuidados são essenciais para preservar a sua privacidade. Celulares podem, sim, “escutar” o que você diz e saber como se proteger é indispensável para manter uma relação saudável com a tecnologia.
Gustavo Artese, especialista em direito da Tecnologia da Informação e sócio do escritório Viseu Advogados, confirma que a conectividade pode, sim, ser um risco para a privacidade. Apesar de todas as vantagens que a tecnologia pode trazer, você não precisa necessariamente postar nas redes sociais para se expor. O fato de ter muitos objetos e aparelhos conectados à internet dentro da sua casa já fazem isso por você.
Ler as políticas de privacidade e termos de uso de sites e aplicativos é essencial para sua segurança digital — Foto: Luciana Maline/TechTudo
Este cenário é ligado ao conceito de Internet das Coisas (IoT), que define a conectividade entre objetos, pessoas e a internet. Softwares que coletem e transmitem dados, GPS, bluetooth, reconhecimento facial, inteligência artificial: tudo isso forma uma rede que entra na nossa vida de forma instintiva, mas que, sem os devidos cuidados, pode se tornar perigosa.
É como morar em uma casa de vidro, onde qualquer pessoa do lado de fora pode observar o que você faz. Apesar de parecer assustador, isso não significa que você deve excluir a tecnologia da sua vida. Basta usá-la de forma consciente. Por exemplo, quando falamos de reconhecimento facial.
Com a popularização dos filtros engraçados para fotos nas redes sociais, não é impossível cogitar que alguns aplicativos utilizem essa tecnologia para coletar informações. “Se a pessoa não tem certeza se um determinado aplicativo consegue fazer isso, sugerimos ler a política de privacidade e os termos de uso. Se estes não estiverem claros quanto ao tema, não usar o aplicativo é a solução”, orienta o especialista.
Outra polêmica envolvendo a IoT é a teoria de que o nosso celular está “ouvindo” tudo o que nos falamos. Como aquela vez que você falou com alguém sobre alguma marca especifica e, pouco depois, passou a receber anúncios online da mesma marca. “Tecnicamente isso é possível e é provável que seja feito, até mesmo para fins de aperfeiçoamento dos serviços baseados em assistentes eletrônicos. As empresas ainda estão aprendendo a nos ouvir”, afirma Artese.
Quem deve fiscalizar o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados é Autoridade Nacional de Proteção de Dados. Mas, para quem quiser tomar suas próprias medidas de segurança, Artese indica que uma alternativa para a prevenção é desligar o compartilhamento de localização, Wi-Fi, Bluetooth, assinaturas e anúncios de celulares.
Outra forma de se proteger é evitando links e aplicativos encaminhados por outras pessoas, mesmo que sejam amigos e conhecidos. O ideal, segundo Artese, é buscar o site oficial da empresa para confirmar as medidas de segurança dele. Sites com o ícone de cadeado, por exemplo, são considerados mais seguros.
O especialista ressalta que ler as políticas de privacidade e termos de uso de sites e aplicativos também é essencial. Assim como conferir os links para confirmar sua autenticidade, uma vez que sites piratas costumam usar fontes e ícones praticamente idênticos aos oficiais. Outra alternativa é pesquisar melhor a reputação dessas plataformas no Google e no Reclame Aqui.
Fonte: TechTudo
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