Os deputados estaduais assinaram uma moção de repúdio contra os cortes nas instituições federais de ensino. Na sessão plenária da Assembleia Legislativa eles criticaram a medida anunciada pelo Governo Federal e requerem que o Executivo volte atrás do corte. Na próxima quinta-feira (9), a Comissão Parlamentar de Educação ouvirá representantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sobre o assunto.
“A minha vida e a vida de milhares de pessoas foram completamente transformadas por causa da educação. É inadmissível esse corte, ainda mais por motivações políticas, a de retaliar essas instituições, que segundo o Governo promovem balburdias”, disse o deputado Kelps Lima (SDD).
O deputado José Dias concordou com Kelps, mas ressaltou a necessidade de realinhar o orçamento federal. Para ele, cortes devem ser feitos em muitas áreas. Já o deputado Hermano Morais (MDB), autor da moção de repúdio assinada pelos parlamentares, a decisão do Governo é prejudicial ao país e precisa ser revista.
Em seu pronunciamento, a deputada estadual Isolda Dantas (PT) apresentou dados que demonstram a importância das instituições federais. Segundo ela, dois terços dos alunos que estão nas universidades são filhos de famílias que ganham até 1 salário mínimo e meio. O Brasil está no 13º lugar em produção científica. Atualmente, 41 mil alunos fazem parte da UFRN, Universidade Federal do Semiárido (UFERSA) e dos 21 Institutos Federais (IFRNs).
“A reitora da UFRN disse que se os cortes permanecerem inviabiliza o funcionamento da universidade”, conta a deputada. Nos IFRNs, o corte será de R$ 26 milhões e da UFRN, um terço do orçamento será reduzido.
Em aparte, Dr. Bernardo (Avante) repudiou os cortes e também contou sua história de transformação através da educação. “Fui estudante da antiga ETFRN, hoje IFRN, e estudei na Universidade Federal. Hoje sou médico por causa disso”, disse ele. Nelter Queiroz (MDB) disse que o Governo não está agradando e que a atitude de cortar na educação é “ridícula”.
Fonte: Grande Ponto
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