Uma nova pesquisa da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, descobriu que, quando estamos na casa dos 20 anos, nossos cérebros se tornam um terreno fértil para inovação pela primeira vez – mas que há um segundo pico de criatividade na faixa dos 50 e poucos anos.
O estudo analisou a trajetória de ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, e observou que a maior parte dos que tiveram seus trabalhos mais marcantes no início de suas carreiras eram inovadores “conceituais”, capazes de pensar fora dos parâmetros convencionais antes de serem demasiadamente influenciados por teorias vigentes e amplamente aceitas, segundo um dos autores do estudo, Bruce Weinberg.
Mas, segundo o estudo, há um outro tipo de criatividade, a dos inovadores “experimentais”, que acumulam seu conhecimento ao longo da carreira e encontram novas formas de analisar e interpretar informações. Esses inovadores experimentais passam por períodos de erro e acerto – e levam bem mais tempo para chegar a “momentos eureca”.
No caso dos cerca de 30 ganhadores do Nobel de Economia analisados, foi quando estavam na faixa dos 50 anos.
‘Sou mais criativo na casa dos 20 anos’:
Nana Jones Darko, de 24 anos, administra uma barbearia itinerante. Ele diz que sempre teve ideias para negócios, mas que foi quando se aproximou dos 20 anos é que passou a se sentir mais criativo.
“Estou aprendendo mais sobre tecnologia e redes. Também acho que as pessoas te levam mais a sério também quando você é um pouco mais velho – e algumas barreiras se quebram – de modo que isso ajuda a parte criativa do seu cérebro a fluir e a ter ideias”, diz ele.
Ainda bem – porque Nana sente haver muita pressão dos pais e colegas para se ter sucesso aos 20 anos, especialmente se você não seguir uma carreira “normal”.
Ele diz que a isso também se deve a “ver pessoas na TV e jogadores de futebol que têm 20 e poucos anos e ganham 200 mil libras (R$ 1 milhão) por semana”.
“O ambiente em que vivemos nos pressiona a ter sucesso financeiro – e a conseguir tudo que se quer quando se tem 25 anos. Mas, agora, acredito que você deve ter realizações aos 20 e poucos anos, mas não que isso deva ser o seu pico.”
‘Nunca se é velho demais para ser criativo’:
“Se você não é uma das pessoas que está revolucionando o mundo aos 20 e poucos anos, isso não significa que você não pode fazer coisas relevantes depois”, diz Bruce Weinberg, coautor da pesquisa.
Weinberg diz que jovens que sentem que não realizaram o suficiente devem continuar a tentar.
“Pessoas que fazem experiências e estão acumulando conhecimento gradualmente ao longo do tempo realmente não deveriam desistir”, diz o pesquisador.
“Não se pode saber o quão respeitados e admirados eles serão no futuro ou quais serão suas conquistas. Estas poderão fazer seu melhor trabalho – pelo menos, seu melhor trabalho inovador – em uma fase posterior de suas carreiras, e elas devem estar cientes disso e persistir.”
Fonte: BBC News Brasil
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