Princípios, poucos, mas sólidos princípios. Ontem, hoje e sempre, princípios!
Na literatura corporativa nós encontramos muito sobre ações, estratégias, resultados, gestão etc. É importante, claro que sim, é muito importante entregar lucro, fazer as coisas acontecerem, compreender como funciona o cotidiano das empresas. Mas, quem faz tudo isso funcionar, venha comigo nesse raciocínio, são as pessoas e pessoas são regidas por princípios.
Numa definição simples, básica, no campo moral, princípios são regras que norteiam a tomada de decisão e a conduta do indivíduo em sua interação com o meio. Ficou rebuscado? Estou tentando simplificar aqui. Princípios são leis que conduzem as atitudes de uma pessoa. Pronto!
Princípios são norteados por valores e crenças. Não confunda, vamos lá, todos nós temos crenças, subjetivas, às vezes infundadas, irracional, mas profundamente arraigada a nossa história de vida. Essas crenças começam a ser, digamos, construída desde que somos bem pequenos, no lugar em quem nascemos de acordo com a cultura e os elementos de nossa família e comunidade.
Já os valores são graus de importância que atribuímos a alguma coisa. Em outras palavras, os valores revelam o grau de respeito e admiração que damos a algo (concreto ou intangível). Vou exemplificar: Que valor você dá para aparência física, ascensão de carreira, dinheiro, respeito moral, popularidade, saúde mental, segurança no trabalho, família, ética, conhecimento, sexo, competição, lealdade… Percebe que há uma hierarquia. E que esse conjunto de valores varia de individuo para indivíduo.
Nunca se esqueça disso, há valores MORAIS universais, como liberdade de escolhas individuais, respeito ao ser humano, igualdade entre as pessoas, justiça, cultivo a solidariedade.
Esses valores morais, importantíssimos, fundamentam nossos princípios, nosso caráter. Chegamos ao ponto crucial do texto. Uma pessoa com valores morais firmes, inegociáveis fazem a diferença entre uma empresa ética e uma casa de mãe Joana, se é que você me entende.
Parêntese para um importante esclarecimento: Não vamos aqui entrar em uma longa e profunda explanação sobre diferenças semânticas, epistemológicas e conceituais. Não é a intenção da coluna. Queremos um tanto quanto ousadamente, fazer você refletir sobre nossos tópicos. Nossa intenção nunca foi esgotar o assunto, apenas provocar.
Mas, voltando ao assunto, não há a possibilidade de ter “meio” princípios, ou de se variar, dependendo do momento, da situação. A regra é claríssima; ou se tem princípios sólidos, honestos, verdadeiros ou, leitores queridos, a coisa é pura bagunça, esculhambação e, se me permite o termo, canalhice mesmo.
Obviamente é muito mais fácil enxergarmos, e reclamarmos, da falta de valores e princípios dos outros. Mas, pare um pouco e reflita sobre os seus. Afinal, você pode apenas e tão somente, interferir sobre sua própria conduta. Concentre-se nisso e cuidado. Você não muda uma empresa sem princípios corretos, mas ela pode mudar você.
Eu já vi grandes profissionais se perderem no canto da sereia de empresas sem valores honestos e princípios sólidos, gente com boa intenção que se prejudicaram ao trabalhar em lugares repletos de uma cultura canalha. Alerta total aqui!
Não se perca nesses pântanos. Boa caminhada!
Jean Tavares Leite é Psicólogo Organizacional e professor universitário.
jeantavares@bol.com.br
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