Permissionários do sistema de transporte alternativo de Natal foram nesta quarta-feira (23) à Câmara Municipal para debater em audiência pública, proposta pela Mesa Diretora da Casa, sobre os problemas que acometem o setor. Eles cobram garantia de um quantitativo de permissões para operar o sistema após a licitação dos transportes, pedem mais diálogo nas exigências da parte do município e reclamam da unificação da bilhetagem eletrônica que ainda não ocorreu.
A presidente interina da Câmara, vereadora Nina Souza (PDT), disse que a Câmara busca intermediar a discussão diante do movimento dos trabalhadores do sistema alternativo. “O Governo diz que há regramento para que continuem operando, mas os permissionários dizem que não há, então queremos ajudar a resolver esse imbróglio. A cidade não pode ficar sem esse serviço e o Governo fala em acabar com os alternativos. Por isso, precisamos encontrar um meio termo”, disse.
Grace Kelly Cavalcante, presidente da Aspetran – Associação dos Permissionários do Transporte Opcional de Natal – relembrou que a lei que regulamenta o sistema de transporte na capital não define a quantidade de alternativos nas ruas. “Não temos uma garantia de que continuaremos operando. A emenda no projeto que previa 30% em relação aos ônibus foi vetada e com isso não sabemos como ficará. Sem nosso sistema, a população nos bairros mais carentes e de difícil acesso será a mais prejudicada”, diz. “Do jeito que está na lei acabará sim os alternativos, porque vai funcionar apenas como sistema complementar”, completa José Pedro Neto, diretor do Sitoparn – Sindicato do Transporte Opcional de Passageiros de Natal.
Contudo, o presidente da Comissão de Licitação dos Transportes do Município, Nilton Filho, disse que não se pode fazer a indexação das linhas opcionais às de ônibus porque precisa se estudar a demanda em cada situação. “A lei já aprovada nesta Casa regulamenta os dois tipos de sistema e não exclui os opcionais. E a licitação deve organizá-los sem sobrepor linhas. Não se pode indexar percentual porque desestabiliza o sistema”, reforça.
Atualmente 129 veículos opcionais estão em circulação na capital, mas deveria ter cerca de 180, segundo os permissionários. Mesmo assim, o secretário adjunto de Mobilidade Urbana (STTU), Clodoaldo Cabral, diz que, com essa quantidade, ainda há dificuldades por causa da baixa demanda. “A demanda tem diminuído e por isso o quantitativo precisa ser redefinido. O transporte opcional é necessário e não será excluído porque há localidades em que ônibus não chegam”, disse. A audiiência contou ainda com a participação de motoristas, cobradores, familiares representantes do Conselho Municipal de Transportes, do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (SETURN) e os vereadores Ana Paula (PSDC), Divaneide Basílio (PT), Maurício Gurgel (PSOL), Kleber Fernandes (PDT), Eleika Bezerra (PSL) e Felipe Alves (MDB).
Fonte: Grande Ponto
Imagem: reprodução/Grande Ponto