Árvore Tombada
I
Teu silêncio mudo em minha retina umedecida
Aos golpes do machado não suportastes
Agonizando imploravas em vão por tua vida
E ao final sobre o solo seco tombastes
II
Coração de gelo, impiedoso e cruel
Teu algoz assim se comportava
Senti o amargo minar da garganta… o fel
Com os gritos silenciosos ninguém se importava
III
Por vingança teu perfume indelével travou
Qual sândalo persistente ficou
Na lâmina fria de tal vil aço
IV
E a mão que há pouco te derrubou
Ainda respingada com a seiva que jorrou
Contempla impiedosamente cada pedaço
Por Múcio Amaral da Costa – advogado e poeta potiguar