Mulheres são agredidas cada vez mais jovens, aponta Semul

Na casa abrigo Clara Camarão, em Natal, mulheres com risco iminente de serem assassinadas por homens são mantidas, junto a seus filhos. O local, com capacidade de abrigar 23 mulheres, é o único em Natal a oferecer esse serviço. A diretora do Departamento de Enfrentamento de Violência Contra a Mulher – ligado à prefeitura da capital -, Ana Cláudia  Mendes, constata que mulheres cada vez mais jovens chegam ao local.

“Existe uma nova geração, passando a reproduzir modelos vivenciados por suas mães e avós. Vivendo a violência que elas viveram. Um dos casos abrigados é o de uma adolescente que contou ser a quarta geração de mulheres em sua família que sofre com violência doméstica. Mulheres cada vez mais jovens estão sendo agredidas”, analisou Ana Claudia.

O objetivo da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (Semul) é fazer políticas articuladas com outras instituições, entre juizados e varas especiais, com caráter preventivo. “Esse é um problema não só de assistência social e de segurança pública, mas deve pensar em toda uma conjuntura, envolvendo cidades mais seguradas para essas mulheres”, enfatizou diretora do Departamento de Enfrentamento de Violência Contra a Mulher.

Outro aparelho público de apoio a mulheres vítimas de violência é o Centro de Referência da Mulher, Elisabeth Nasser, em Natal. Inaugurado em 2017, o local faz atendimento, encaminhamentos, oferece cursos de capacitação profissional e realiza reuniões coletivas com mulheres. De acordo com a coordenadora do Centro, Mayara Miranda, a média é de 80 atendimentos por mês.

A maioria dos casos que chega ao Centro, segundo Mayara Mirando, é de mulheres com faixa etárias variadas, vítimas de violência dentro de casa. “A agressão e ameaça fazem com que mulheres denunciem. Outros tipos de violência muitas vezes não são entendidos como formas de violência. Denunciar é o primeiro passo para romper ciclo da violência doméstica”, explicou Mayara Miranda.

Núcleo 24h

No Dia Internacional da Mulher o governo do Estado anunciou a criação do Núcleo de Combate ao Feminicídio dentro da DHPP – Divisão Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia civil e instituiu plantões de 24h na Delegacia de Assistência à Mulher, na zona Norte de Natal.

A criação do núcleo possibilitará agilidade nos inquéritos de investigação de crimes dessa natureza. Já o plantão em regime de 24 horas vem suprir uma grande lacuna no combate aos crimes contra mulheres, pois nenhuma das cinco delegacias especializadas desta área funcionava em sistema de plantão no RN.

Serviço:

Formas de violência doméstica e familiar contra a mulher:

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Delegacias: 
Fonte: Tribuna do Norte
Imagem: iStock
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