As manifestações de apoiadores da operação Lava-jato convocadas domingo (17) em protesto contra decisões recentes do Supremo Tribunal Federal mostraram, mais uma vez, o ódio de determinados setores da direita e extrema-direita à personalidades e pautas da esquerda.
Em Natal (RN), admiradores da República de Curitiba picharam e rasgaram cartazes afixados em 14 de março durante as manifestações e homenagens à vereadora do PSOL no Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada há um ano.
Ativistas do grupo Artelharia, que fizeram as intervenções, já decidiram refazer os cartazes atacados no final de semana.
O protesto pro-Lava-jato ocorreu em frente ao Midway Mall, mesmo local onde militantes de esquerda realizaram na quinta-feira um ato unificado que reuniu vários partidos progressistas. Alguns grupos fizeram intervenções em postes e na passarela do shopping, lembrando a parlamentar carioca.
No domingo, cartazes com a imagem de Marielle foram marcados com um X de spray. Numa intervenção onde havia o questionamento sobre o mandante do assassinato da vereadora, o pichador escreveu: “foi Lula”, uma alusão ao ex-presidente da República preso desde 7 de abril e principal alvo do ódio de determinados setores da direita e extrema-direita no país.
O protesto de domingo foi convocado por entidades de direita, a exemplo Movimento Brasil Livre (MBL), um dos principais disseminadores de fake news do país. O motivo da manifestação, que aconteceu em vários estados, foi a decisão tomada pelo STF de transferir para a Justiça Eleitoral os processos de corrupção envolvendo, principalmente, o caixa 2 de campanha. Até então, esse tipo de crime vinha sendo julgado pela Justiça comum.
A decisão foi considerada uma derrota da Lava-jato por procuradores da República.
Em vários estados, boa parte das manifestações pediam intervenção militar e até o fechamento do STF.
Fonte: Agência Saiba Mais
Imagem: Agência Saiba Mais