Após massacre, governadores do Nordeste defendem Estatuto do Desarmamento

Um dia após o massacre de Suzano, quando 11 pessoas morreram após ação coordenada de dois atiradores, os governadores do Nordeste formalizaram posicionamento conjunto em defesa do Estatuto do desarmamento.

“Flexibilizar regras de posse e porte de armas, longe de gerar paz, vai gerar mais violência, mais perdas de vidas humanas, e por isso a nossa posição unânime em defesa do Estatuto”, afirmou o governador Flávio Dino (PCdoB/MA), o anfitrião do Fórum dos Governadores promovido nesta quinta-feira (14).

A defesa do Estatuto é posição unânime entre os nove governadores do Nordeste. A opinião será discutida com membros de bancada da região, de todos os estados. O Nordeste possui junto 153 deputados federais e 27 senadores. A defesa também será feita dia 26 de março, em bloco, durante o Fórum dos Governadores do Brasil.

Flávio Dino disse que os governadores manifestavam ali toda solidariedade às vítimas e familiares das pessoas mortas em São Paulo, na quarta-feira. E que além disso, fariam a defesa da legislação que impede o acesso amplo a armas no Brasil.

O governador argumentou que “o Estatuto do Desarmamento é fundamental para evitar o aprofundamento do ciclo de violência no Brasil”. Flávio Dino observou que a agenda da segurança pública no Brasil tem de ser a da parceria entre os governo federal e estaduais para combater a criminalidade.

Ele elogiou a criação do Sistema Único de Segurança e do Fundo Nacional de Segurança Pública; iniciativas que na opinião dele devem ser ampliadas e reforçadas. “As polícias melhor qualificadas e melhor equipadas é que podem garantir a redução da criminalidade”, declarou.

Além de prestar solidariedade às vítimas de Suzano, Flávio Dino também lembrou que nesta quinta-feira completa um ano do assassinato de Marielle Franco, que foi executada no Rio de Janeiro por ex-policiais militares.

Governadores do NE são contra parte da reforma da previdência

Na carta formalizada pelos governadores do Nordeste, eles também se posicionaram contra parte da reforma da previdência e da desvinculação de recursos para políticas públicas.

Segundo Flávio Dino, os governadores são favoráveis à reforma, mas não concordam com retirada das regras da previdência da Constituição, a chamada “desconstitucionalização”, bem como de outros pontos propostos pelo governo.

“Posicionamo-nos em defesa dos mais pobres, tais como beneficiários da Lei Orgânica da Assistência Social, aposentados rurais e por invalidez, mulheres, entre outros, pois o peso de déficits não pode cair sobre os que mais precisam da proteção previdenciária”, foi dito, na carta oficial da reunião.

“Desejamos que esses pontos sejam retirados para que possamos dialogar mais amplamente com o Governo federal sobre os demais itens que julgamos cabíveis”,acrescentou Flávio Dino.

Fonte: OP9 RN

Imagem: divulgação

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