O carnaval da hipocirisia

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Carnaval: é um festival do cristianismo ocidental que ocorre antes da estação litúrgica da Quaresma. Os principais eventos ocorrem tipicamente durante fevereiro ou início de março, durante o período historicamente conhecido como Tempo da Septuagésima

Hipocrisia: A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não as possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento.

Feitas as apresentações, vamos ao comentário.

Resolvi ficar apenas observando o desenrolar dos acontecimentos (politicos) durante e após o carnaval. Eu realmente prestei bastante atenção em como este carnaval especificamente deixou claro o quanto brasileiro é apaixonado pela hipocrisia. Falo isto com um olhar bem distante e garantindo a vocês, na tentativa de ser o mais crítico possível.

Vou tentar analisar fato a fato, apesar que alguns deles se entrelaçam entre personagens, objetos ou até mesmo em nível da maldita hipocrisia.

Não é de hoje que a direita democrática sempre se disse defensora irrestrita da liberdade de expressão. Entretanto, quando uma parte da população, em bloquinhos de rua pelo Brasil resolveu entoar gritos anti Bolsonaro, mesmo que numa quantidade muito menor do que a falsa impressão dada pela mídia, veio o contra ataque, em alguns momentos virulentos, como tem sido normal nestes embates de ambas as partes. Qual a resposta da esquerda? Ataques da mesma forma, com narrativas desconexas com a realidade, acusando o governo de ser uma ditadura, impedindo a livre manifestação. Sim, pasmem, a esquerda que xingou, gritou e se manifestou livremente, sem qualquer cerceamento durante o carnaval, acusou de estar sofrendo uma censura autoritária. Deve ser a lança perfume estragada que subiu à cabeça.

Outro caso interessante, tem a ver com a campeã do carnaval do Rio, a Mangueira, que homenageou em parte de seu desfile a vereadora assassinada Mariele Franco. Obviamente que a esquerda se resfestelou pela lembrança da sua heroína e logicamente. Até aqui, tudo normal e democrático. Porém tudo se torna estranho quando sabemos como estas escolas de samba se fincanciam, que além da grana pública, pela qual seu presidente foi preso pela PF em novembro passado por, supostamente ter desviado dinheiro que deveria estar em escolas, hospitais e na segurança de todos, tem também grana do crime organizado, jogo do bicho, ou como o Carlos Bolsonaro disse, ligação estreita com as milícias do Rio. Estas milícias são acusadas de matar quem? Sim, a Marielle. Claro que salta aos olhos esta declaração do Carlos, que nem de longe acredito ser mentirosa, já que foi o seu irmão e também filho do nosso presidente, quem empregou em seu gabinete, mãe e filha de miliciano que ele mesmo condecorou com medalha, estando este miliciano preso.

Chegamos na cereja do bolo da hipocrisia.

Quem não assistiu aquele video patético e deprimente do tal do golden shower, tuitado pelo nosso pudico Jair Bolsonaro em seu twitter? A mim, me causou espanto em primeiro lugar e logo após, uma tremenda repugnância em ver o presidente do meu país se rebaixar ao tempo em que ele era apenas um deputado do baixo clero, brigando heroicamente, mas sem qualquer responsabilidade litúrgica contra as esquerdas. Aquele mesmo senhor que esperneava e xingava quando havia uma exposição de “arte” bizarra, com imagens de pedofilia e zoofilia, ou quando apareceram imagens de crianças apalpando homens nus em um museu, foi o mesmo que postou um video em sua conta pessoal, de uma “pessoa”, em praça pública, urinando em outra, sabendo que seu twitter tem uma repercussão estrondosa e que este mesmo video seria reproduzido em tantas outras redes sociais, onde crianças e adolescentes, aqueles que o mesmo jurava defender das vilanias sexuais da esquerda, provavelmente seriam, como foram, impactados por estas imagens. Enfim, pra mim, algo incabível a um presidente da República.

Porém, nem de longe, acreditem, que a hipocrisia ficou apenas deste lado da moeda. A esquerda, aquela mesmo que alegou estar sofrendo censura (pois é, eles não conseguem entender a diferença entre censura e boicote) nos casos das exposições, que de uma hora pra outra se tranformou na paladina do ultra conservadorismo, foram os primeiros a atacar o presidente por ele ter postado este video, chamado de pornográfico por aqueles que defendiam a criança apalpando o peladão. Se espantou, né? Pois então, estes mesmos que acusaram o Bolsonaro de quebra do decoro e hipócrita por postar um vídeo estúpido como este, eram os mesmos que acreditavam que a peça “Macaquinhos”, aquela em que “atores” corriam em círculo, uns com os dedos enterrados nos ânus dos outros, deveria ser considerada arte e ainda achavam correto o uso da grana pública para financiar a dita “arte”.

Enfim, o que vemos de ambos os lados, são fanáticos religiosos, que não tem o menor pudor de mudarem seus dicursos para que mais uma narrativa possa ser encaixada na defesa de seus ídolos ou de sua ideologia.

Acredito que o Brasil precise bem mais que isto para sairmos deste limbo politico e intellectual que vivemos.

Salvem-nos desta hipocrisia idiotizante!

Eduardo Passaia – Consultor de empresas, turismólogo e líder do Núcleo Natal do Partido Novo

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