Pressionada por uma fiscalização extraordinária da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), marcada para esta segunda-feira, 11, e por uma audiência pública na Assembleia prevista para terça-feira, 12, a Companhia Docas do Rio Grande (Codern) ainda tenta resolver a crise criada pela paralisação das escalas da CMA/CGM no porto de Natal.
As recentes apreensões de drogas em contêineres de frutas aqui e na Holanda, destino das cargas, precipitaram uma crise com a empresa francesa que realiza as exportações de frutas para a Europa. Alegando falta de segurança, ela decidiu paralisar suas operações em Natal, inicialmente por período de 45 dias. O prazo para o retorno dela é dia 6 de abri, quando está prevista a saída de um navio dela.
Como consequência, apenas 25% dos 350 trabalhadores do porto de Natal deverão encontrar algum serviço no sal da GPM, do operador portuário Geraldo Patrício e no trigo importado pelo Grande Moinho Potiguar (GPM), do grupo M Dias Branco. O cálculo é do presidente do Sindicato de Estivadores, Lenilto Caldas.
Na semana passada, ele outros presidentes se sindicatos ligados ao porto subscreveram uma carta aberta, externando a preocupação deles para uma possível saída da CMA/CGM do porto de Natal.
Importadores ouvidos na semana passada pelo Agora RN, porém, acreditam que a paralisação do operador francês faz parte de uma pressão ensaiada para que a Codern viabilize uma scanner para vistoriar os contêineres refrigerados de frutas, uma equipamento que, novo, é avaliado em mais de R$ 10 milhões.
A ideia do recém-empossado presidente da Codern, Almirante Elis Treidler Öberg, é restaurar um scanner já existente e parado ou partir para a reposição do equipamento.
Mas, desde então, o que se sabe é que ele vem dividindo o tempo com uma preocupação maior, que é a urgente reforma do porto ilha de Areia Branca, responsável pela exportação do sal do qual o RN é o maior produtor brasileiro. É uma conta superior a R$ 35 milhões, segundo estimativa de Renato Fernandes, diretor executivo do Sindicato da Indústria de Moagem e Refino de Sal do Rio Grande do Norte (Simorsal).
Na Codern, fontes ouvidas pelo Agora RN limitaram-se a minimizar a vinda de um grupo da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para vistoriar a segurança do terminal. “Trata-se de rotina, nada mais do que isso”, afirmou a fonte.
Segundo a Codern, cerca de 43 mil toneladas de frutas são embarcadas, por mês, no Porto de Natal. Somente os melões foram responsáveis por 53% das exportações estaduais, em janeiro deste ano, com US$ 23,6 milhões, conforme dados do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Fonte: Agora RN
Imagem: Adriano Abreu